Carne bovina tem a pior competitividade para o mês de janeiro em 8 anos
O mercado físico de boi gordo teve preços estáveis nesta quinta-feira, dia 18. Os frigoríficos devem continuar testando o mercado no curto prazo, considerando a lenta reposição entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês. Enquanto isso, os pecuaristas ainda retêm a oferta de animais terminados, aproveitando a boa condição das pastagens neste momento.
Segundo dados do Indicador de Propensão ao Consumo que o Serviço de proteção ao Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgados nesta primeira quinzena, 48% dos consumidores pretendiam diminuir o consumo em janeiro em função do nível de endividamento. Isso explica o comportamento do mercado de carne, das margens das indústrias e, consequentemente, do boi gordo.
No mercado atacadista, os preços ficaram mais baixos para alguns cortes. A expectativa é que esse movimento ganhe corpo no restante de janeiro, considerando o lento escoamento da carne nesse período em especial. A concorrência permanece acirrada entre as principais proteínas de origem animal.
Segundo a consultoria XP Investimentos, a carcaça bovina apresenta a pior competitividade frente as suas concorrentes (suína e de frango) para um mês de janeiro em 8 anos.
Dólar e Ibovespa
Em dia de volatilidade, o dólar fechou em queda ante o real acompanhando o enfraquecimento da moeda no cenário externo, onde teve perdas ante as principais moedas pares. A moeda também refletiu os dados do Produto Interno Bruto (PIB) da China, que cresceu 6,9% em 2017 superando a meta do governo chinês.
No mercado interno, o Tesouro Nacional reabriu a emissão de títulos de dívida no exterior (bônus) com vencimento em 2047, no valor de US$ 1,5 bilhão, o que contribuiu para a valorização da moeda. Com isso, a divisa norte-americana caiu 0,21%, cotada a R$ 3,210 para venda.
"A emissão desses bônus sinaliza o apetite de investidores em apostar no país. E com taxa atrativa", analisa o trader de renda fixa da Quantitas, Matheus Gallina. A taxa de juros da operação é de 5,875% ao ano (aa) e cupom de 5,625% com pagamentos semestrais.
No mercado interno, os investidores acompanham os bastidores sobre a votação da reforma da Previdência. Segundo a agência de notícias "Bloomberg", o governo estaria pensando em suspender a votação em fevereiro, e retomaria o assunto em outubro, após as eleições.
"Não nos surpreende essa possibilidade (adiar reforma da Previdência). A nossa perspectiva sempre foi muito cética em relação a qualquer tipo de aprovação neste momento", diz a equipe econômica da Guide Investimentos.
O Ibovespa encerrou em queda de 0,28%, aos 80.962 pontos. O volume negociado foi de R$ 9,537 bilhões.
Soja
O mercado brasileiro de soja apresentou uma melhor movimentação nesta quinta-feira e preços entre estáveis e mais altos. A alta de Chicago suplantou a queda do dólar e as cotações internas subiram.
Houve registro de negócios envolvendo 10 mil tonelada em média nas principais regiões, com destaque para Goiás, que movimentou 20 mil toneladas.
Milho
O mercado brasileiro de milho teve preços pouco alterados nesta quarta-feira. Os produtores diminuíram a fixação de preços em vários estados, ao mesmo tempo em que os consumidores ainda afirmam terem estoques suficientes para o curto prazo.
Em Campinas (SP), os preços milho reagem diante dos comentários de alta dos fretes. A especulação cresce, uma vez que os vendedores acreditam que o início da colheita da soja limitará a disponibilidade de veículos para o transporte de milho e, assim, os compradores, que agora desdenham, voltarão a comprar o milho diferido.
Atualmente, compradores e industrias dão preferência ao milho de outros estados, que chega com facilidade e preços atrativos. Embora a previsão do clima aponte para um veranico de 7 a10 no Brasil Central, as boas chuvas previstas para fevereiro reforçariam os problemas logísticos.
Previsão do tempo
A madrugada desta sexta-feira, dia 19, é marcada por pancadas de chuva, acompanhadas por raios, em pontos isolados da região Norte, no oeste de Mato Grosso e norte do Maranhão. Já a chuva mais fraca se encontra em um pequeno ponto isolado do centro do estado de São Paulo, como em Campinas.
Nesta quinta, o desenvolvimento de uma frente fria gerou fortes rajadas de vento, como os mais de 80 quilômetros por hra no período da tarde em Soledade (RS) e no Bom Jardim da Serra (SC). Além disso, a entrada de uma brisa e a formação de outra área de baixa pressão na costa de São Paulo contribuíram com fortes chuvas entre o final da quinta e esta madrugada no litoral paulista, principalmente em São Sebastião, onde foi o local que apresentou o maior acumulado do estado de São Paulo, em 24 horas.
A cidade de Foz do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, também se destacou com o temporal registrando a metade da sua média histórica de janeiro e tendo o maior acumulado de chuva em um dia na região desde o início de março de 2017.
Além disso, uma chuva de granizo, com forte ventania surpreendeu a população em algumas regiões de Cuiabá (MT). Segundo os munícipes, a queda do gelo durou 5 minutos. De acordo com informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), chegou a chover 25 milímetros na região.
Sul
O avanço de uma massa de ar seco mantém o tempo aberto novamente na maior parte do Rio Grande do Sul nesta sexta-feira. O sol predomina e a temperatura sobe, mas ainda tem condição para ventos moderados na faixa leste gaúcha.
Por outro lado, em cidades mais próximas de Santa Catarina tem chuva até o final do dia. As pancadas se espalham pelo estado catarinense e também pelo Paraná. Há condição de temporais no noroeste do Paraná.
Sudeste
Boa parte do dia até fica com sol e calor, mas o tempo muda. A presença de uma frente fria bem afastada no oceano ajuda a organizar uma área de instabilidade no Sudeste conhecida por cavado. Essa área de instabilidade é alimentada pela umidade da Amazônia, e com isso tem novamente previsão de chuva forte, com trovoadas, vento forte e eventual queda de granizo em São Paulo.
No norte paulista, a chuva é mais isolada. No entanto, no sul mineiro a instabilidade ganha bastante força no final do dia. Já em grande parte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, o sol predomina e a temperatura sobe.
Centro-Oeste
Temporais ganham força em Mato Grosso do Sul. Trata-se de um corredor de umidade da Amazônia que se soma a uma área de baixa pressão atmosférica no Paraguai. Há previsão de pancadas de chuva fortes, especialmente na segunda metade do dia sobre o centro e sul de Mato Grosso do Sul. Até o final do dia, áreas de instabilidade formadas por instabilidades tropicais atingem parte de Goiás e do oeste e norte de Mato Grosso.
Nordeste
Nesta sexta-feira o vórtice ciclônico de altos níveis, que nada mais é do que ventos lá no alto da atmosfera girando no sentido horário, esta com seu centro mais próximo do mar, na altura da Bahia. Neste sistema as chuvas tendem a ganhar força na sua borda, portanto grande parte do leste nordestino volta a ter instabilidades. O tempo só deve seguir mais seco no oeste da Bahia e extremo sul do Piauí e Maranhão. A temperatura volta a subir ao longo da tarde e a sensação é de calor.
Norte
A umidade da Amazônia continua se espalhando pela maior parte dos estados, por conta da Alta do Bolívia que faz com que os ventos em altitude girem no sentido anti -horário. Esta umidade combinada ao calor ainda traz pancadas de chuva para grande parte dos estados. É apenas no sul do Tocantins que o tempo volta a ficar mais ensolarado. As temperaturas continuam subindo e o tempo segue bastante abafado.
Fonte: Canal Rural