Seca no cinturão produtor da Argentina ameaça reduzir plantio de soja
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira, dia 5, com preços mais altos. A preocupação com o clima seco na Argentina voltou a sustentar as cotações, apesar do fraco desempenho das exportações semanais americanas. No balanço da semana, a posição março subiu 0,92%.
As exportações líquidas dos Estados Unidos de soja, referentes à temporada 2017/2018, com início em 1º de setembro, ficaram em 554 mil toneladas na semana encerrada em 28 de dezembro - menor patamar do ano comercial. O número ficou 43% inferior à semana anterior e 64% abaixo da média das últimas quatro semanas. Para a temporada 2018/20, foram mais 6,8 mil toneladas.
Os analistas esperavam um número entre 600 mil e 1,275 milhão de toneladas, somando as duas temporadas. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Argentina
A seca na região produtora da província de Buenos Aires, na Argentina, aumentou os riscos de que parte dos 18,1 milhões de hectares esperados para semeadura de soja nesta temporada não sejam plantados. O alerta partiu da Bolsa de Cereais do país e de outros analistas.
Com a época de plantio prevista para terminar nas próximas semanas, a Bolsa disse que faltam ainda 2,25 milhões de hectares a serem semeados. A estimativa pode não ser atingida devido à falta de umidade do solo e à proximidade do final da janela de plantio.
A Argentina é o maior exportador mundial de farelo de soja para ração animal e um grande fornecedor de milho e soja em grão.
Brasil
Na sexta-feira, o mercado interno de soja encerrou a primeira semana do ano bastante lento nas diferentes praças de comercialização do país. A moeda norte-americana encerrou os dois últimos pregões praticamente estável. Em Chicago, a oleaginosa encerrou com leves ganhos nos principais vencimentos, com altas de até 3 pontos. Entretanto, o mercado mostra ainda estar em ritmo de recesso e não foram registrados negócios relevantes ao longo da semana.
Milho
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou com preços mais baixos. O mercado voltou a mostrar bastante volatilidade, em meio à fatores opostos. A fraca demanda pressionou negativamente na sessão e o clima seco na Argentina atuou como fator de valorização.
As vendas líquidas norte-americanas de milho para a temporada comercial 2017/2018, que tem início no dia 1º de setembro, ficaram em 101,2 mil toneladas na semana encerrada em 28 de dezembro - menor patamar do ano comercial. O número ficou 92% inferior à semana anterior e 91% abaixo da média das últimas quatro semanas. Analistas esperavam algo entre 800 mil a 1,3 milhão de toneladas.
No mercado interno, o milho teve uma sexta-feira de preços estáveis a mais baixos. A consultoria Safras & Mercado indica que uma pressão de venda pode começar para liberar espaço nos armazéns. Isso porque com a queda nos preços da soja, muitos produtores devem optar por vender mais o cereal. Uma alta no preço dos fretes não está descartada nas próximas semanas.
Enquanto isso, a colheita já começou na região das missões, no Rio Grande do Sul e também no extremo oeste de Santa Catarina.
Dólar e Ibovespa
O dólar comercial fechou a sexta-feira com queda de 0,03%, cotado a R$ 3,234 para venda, acumulando quatro dias de desvalorização ante o real. No dia, a moeda abriu os negócios em alta, mas o sinal positivo foi imediatamente invertido no fim da manhã, após os dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos em dezembro.
Segundo o trader de renda fixa da Quantitas, Matheus Gallina, por mais que os dados tenham vindo em linha com o esperado, algumas considerações decepcionaram o mercado nos Estados Unidos, o que impactou nas demais moedas.
A moeda norte-americana fechou a primeira semana de 2018 com desvalorização
de 2,44%. "O que estamos vendo é um ânimo dos investidores com apetite em
fazer alocações de ativos de risco. Principalmente com a expectativa do mercado em relação ao julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso tríplex do Guarujá (SP), marcado para 24 de janeiro", comenta Gallina.
O Ibovespa encerrou com alta de 0,54%, aos 79.071 pontos. O volume negociado foi de R$ 7,959 bilhões.
Boi
O mercado físico de boi gordo teve uma sexta-feira de preços mais baixos em algumas praças de comercialização. A oferta de animais terminados cresceu um pouco na primeira semana do ano, pressionando as bases de preços e o lento escoamento da carne deixa os compradores tranquilos para originarem a matéria-prima.
Calcula-se que a escala de abates no mercado paulista está posicionada entre três a quatro dias úteis.
Com isso o que se observou no fechamento do dia foi um aumento da quantidade de ofertas de compra abaixo das cotações de referência, o que consequentemente fez os preços sofrerem mais ajustes negativos do que positivos.
Já o mercado atacadista teve preços mais baixos para alguns cortes. O escoamento entre as cadeias está mais lento após a forte movimentação de
dezembro, pressionando os preços.
Previsão do tempo
Sul
A segunda-feira é marcada por instabilidades que atuam entre o centro e o leste de Santa Catarina e do Paraná, por conta da influência da circulação dos ventos no oceano de uma região de alta pressão. Como são pancadas de fraca intensidade e baixos acumulados, o risco para transtornos é baixo.
Já os municípios do oeste de Santa Catarina e do Paraná e o Rio Grande do Sul são influenciados por uma massa de ar seco que mantém o tempo firme e o dia ensolarado, com temperaturas aumentando rapidamente e sensação de abafamento ao longo da tarde, com baixa umidade do ar.
Enquanto nas áreas onde chove a sensação é mais confortável, com temperaturas amenas.
Sudeste
Há previsão de chuvas sobre todo o Sudeste por influência de instabilidades em altos níveis que seguem alimentando um corredor de umidade da Amazônia. As pancadas mais fortes ocorrem no triangulo e sul mineiro, além de grande parte do estado de São Paulo. Com a intensificação das chuvas, o potencial é para temporais, com ventos ganhando intensidade.
Nas demais áreas de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, as pancadas ocorrem de maneira irregular, mal distribuídas e com baixos acumulados. A sensação é de calor na maior parte da região, enquanto na capital paulista o tempo mais fechado mantém as temperaturas amenas.
Centro-Oeste
Os três estados do Centro-Oeste recebem pancadas intensas e com potencial para temporais de maneira muito pontual, com possibilidade de queda de granizo. Como o volume de água é elevado, há riscos para deslizamentos de terra, devido ao solo encharcado. As instabilidades são influenciadas pela umidade que é transportada da Amazônia para o centro do país. Com condições para chuva persistente, a nebulosidade predomina e o sol aparece pouco, assim as temperaturas pouco sobem.
Nordeste
As instabilidades no Nordeste seguem mal distribuídas nesta segunda-feira. Um dos fenômenos responsáveis pela chuva é conhecido como vórtice ciclônico de altos níveis, que favorece as chuvas na faixa norte e inibe a formação de instabilidades no centro da Bahia.
Toda a faixa litorânea também recebe instabilidades vindas do oceano pelos ventos que sopram contra a costa. O calor é persistente tanto nas áreas de tempo seco como onde chove.
Norte
O dia é marcado por instabilidades de forte intensidade entre o Pará, Tocantins e Amapá por conta da abrangência de instabilidades tropicais que ganham força do centro ao leste do Norte do Brasil. Mesmo assim as pancadas seguem ocorrendo em todos os estado, apesar do volume ser menor na faixa oeste nortista, já em Roraima o predomínio é de tempo seco.
Fonte: canal Rural