Governo criou normas para tornar mais eficiente a prevenção da doença no país; em São Paulo, mais da metade dos avicultores ainda não adotou as medidas obrigatórias nas granjas
Vence no próximo mês o prazo para que avicultores de todo o país se adequem às novas regras estabelecidas pelo Ministério da Agricultura para tornar mais eficiente a prevenção da gripe aviária no país. Mas ainda há muita gente que ainda não adaptou a propriedade – em São paulo, por exemplo, menos da metade dos criadores têm o registro que atesta o cumprimento das normas.
O avicultor Ivan José Casarin, de Saltinho (SP), já dotou todas as medidas necessárias para garantir a sanidade do criatório. A granja é totalmente cercada para evitar a entrada de animais. Os veículos que chegam à propriedade têm que passar por um arco de desinfecção com amônia.
Além disso, os galpões de alojamento são protegidos por tela com malha de, no máximo, 2,5 cm, para evitar que os frangos tenham contato com aves silvestres. A alimentação e a água fornecida ao plantel ficam protegidas dentro do aviário.
O diretor Centro Defesa Sanitária Animal de São Paulo, Luciano Lagatta, orienta os avicultores a comparecer ao serviço oficial para protocolar a documentação e, assim, receber o certificado de registro do criatório. “Converse com o fiscal da região, negocie com ele este prazo, e se comprometa efetivamente a fazer o que já era para ter sido feito”, diz.
Lagatta lembra que, a partir de agosto, fica proibido o alojamento de novas aves em galpões de corte ou de postura comercial que não possuam tela de isolamento. A tela deve ter malha de medida não superior a 2,54 centímetros ou outro meio que impeça a entrada de pássaros, animais domésticos e silvestres.
A publicação da instrução normativa com as medidas de prevenção à gripe aviária foram motivadas por um surto da doença no Chile, nesta mesma época no ano passado. Atualmente, diversos países estão com casos de gripe aviária – nos primeiros dias de janeiro, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) recebeu notificações da doença da Coreia do Sul e Arábia Saudita.
O Brasil nunca registrou casos de gripe aviária, o que dá ao país um status sanitário privilegiado e favorece as exportações. De acordo com Luciano Lagatta, o país não pode “relaxar” por conta disso. "A qualquer momento a doença pode aparecer, seja por trânsito de pessoas, seja por material genético, seja por ave migratória. A gente tem que estar preparado, mitigando os riscos", afirma.
A OIE disponibiliza um aplicativo para celular que informa as notificações de doenças em todo o mundo.
Fonte: Canal Rural