Juros mais baixos em relação à safra passada animaram os produtores a fecharem negócios neste ano
O ano de 2017 não deixa um saldo positivo na economia brasileira, com milhões de desempregados em todo o país e empresas fechando as portas. Para o setor de máquinas agrícolas, entretanto, 2017 foi um respiro de alívio. Os juros para o Moderfrota na safra 2017/2018 diminuíram em relação à safra passada, passando para 7,5% ao ano. O programa de modernização da frota de tratores e colheitadeiras injetou R$ 9,2 bilhões no segmento. O total não foi suficiente para atender à demanda, o que levou o governo a fazer um aporte adicional de R$ 3 bilhões.
“É a melhor taxa de juros que tem no mercado. O Moderfrota teve um desempenho importante neste ano, é o grande alavancador das nossas vendas”, diz o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso.
Um dos termômetros do setor de máquinas foram as feiras agropecuárias realizadas ao longo do ano. Nesses eventos, desfilaram equipamentos de alta tecnologia, capazes de elevar a eficiência e a produtividade das propriedades. Prazos de pagamento mais elásticos também atraíram o público. Na Agrishow, uma das principais feiras do país, realizada em Ribeirão Preto (SP), o crescimento dos negócios foi de 13% em relação a 2016, movimentando R$ 2,2 bilhões.
A Expointer, de Esteio (RS), trouxe outro resultado positivo, com a comercialização de R$ 1,9 bilhão em máquinas. De acordo com Tangleder Lambrecht, gerente de vendas da John Deere, os agricultores que foram à exposição gaúcha estavam mais entusiasmados nesta edição, mais positivos.
Investimento
A Mahindra, de origem indiana, escolheu 2017 para anunciar investimentos no Brasil. Serão US$ 70 milhões nos próximos cinco anos. “A perspectiva do mercado brasileiro é de crescimento. Ele naturalmente oscila, mas o que se vê é que o volume de produção cresce cada vez mais”, diz o gerente de Manufatura da empresa, Ingomar Goltz
Devoncir Kuasner, gerente de revenda de tratores em Campinas (SP), acusa uma recuperação nas vendas neste ano. A unidade, que negocia máquinas principalmente com pequenos e médios produtores, amargou uma redução de 30% na comercialização nos últimos 24 meses.
Segundo o gerente, os produtores vêm comprando máquinas num ritmo maior desde o começo do ano. “Inclusive já tenho negócios acertados para o início do ano que vem”, afirma Kuasner.
A expectativa da Associação Nacional dos. Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é de fechar o ano com aumento de 10,4% na produção de máquinas agrícolas; alta de 43,7% nas vendas internas; e crescimento de 34,5% nas exportações. Para José Velloso, da Abimaq, ainda não é possível dizer que o setor industrial brasileiro saiu da crise, já que ela seria muito forte.
“Quando olhamos para o agro, a situação é melhor para a indústria. No agronegócio, nós começamos muito bem o ano com as feiras, chegamos na Agrishow com bons números de vendas e terminamos o primeiro semestre com crescimento de 15%, superior ao mesmo período do ano anterior. No segundo semestre houve uma queda, então vamos terminar o ano com faturamento de 8% a 10% superior ao ano anterior”, diz o presidente-executivo da Abimaq.
Fonte: Canal Rural