Exportação de soja em novembro sobe 581% e bate recorde
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira, dia 11, com preços mais baixos. Na véspera do relatório de dezembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado buscou um melhor posicionamento e garantiu a quarta sessão consecutiva de perda
O clima na América do Sul segue no foco das atenções. Mesmo que as condições sejam de poucas chuvas no momento, a previsão de retorno das precipitações a partir da segunda quinzena do mês ajudaram a pressionar o mercado.
O USDA deve elevar a sua estimativa para os estoques finais americanos de soja em 2017/2018. Para os estoques mundiais, a previsão é de manutenção para o ciclo 2016/2017 e corte para 2017/2018.
O mercado projeta estoques 2017/2018 de 12,1 milhões de toneladas de soja. Em novembro, o USDA indicou estoques em 11,5 milhões de toneladas. Na temporada anterior, os estoques ficaram em 8,1 milhões de toneladas.
Para os estoques mundiais, a previsão para 2016/17 deve ser de 96,3 milhões de toneladas, repetindo novembro. Para 2017/18, o número deverá ser rebaixado para 97,9 milhões de toneladas, contra 97,8 no mês passado.
Aqui no Brasil, o mercado teve uma segunda de poucos negócios e preços recuando nas principais praças do país. Chicago caiu e o dólar teve um dia volátil.
Enquanto isso, as exportações brasileiras seguem aquecidas. Os embarques da oleaginosa alcançaram volume recorde para os meses de novembro, com 2,1 milhões de toneladas, ou 581% de aumento em relação ao mês do ano passado. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura.
Dólar e Ibovespa
O dólar comercial teve outra sessão marcada pela volatilidade e mais uma vez, tendo influência do receio dos investidores com a reforma da Previdência e também pelo cenário externo. A moeda fechou em alta de 0,06%, cotada a R$ 3,298 para venda.
"O câmbio começou o dia refletindo a melhora do humor dos investidores com a antecipação do debate da proposta, para quinta-feira, dia 14, e teve queda superior a 1% na parte matutina dos negócios. Mas retratou o aumento das incertezas que tomou conta dos mercados a partir das declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia", avalia o diretor de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes da Silva.
Maia (DEM-RJ), mostrou pessimismo ao falar que será muito difícil votar a matéria na próxima semana, contrapondo o otimismo de alguns deputados que apoiam a votação da agenda reformista e do próprio presidente Michel Temer.
Além da fala ter influenciado os mercados na segunda parte do pregão, a analista econômica da Gradual Investimentos, Camila de Caso, destaca que o dólar seguiu um movimento do mercado externo que já repercute a reunião do Comitê de Política Monetária dos Estados Unidos (Fomc), do Federal Reserve (FED), o banco central norte-americano, que se movimenta para definir a nova taxa de juros no país, a ser divulgada na quarta-feira, 13. "99% do mercado aponta que a taxa vai subir. Alta que deve se manter no ano que vem, como esperam os investidores", pontua a analista.
O Ibovespa encerrou com alta de 0,09%, aos 72.800 pontos. O volume negociado foi de R$ 6,883 bilhões.
Milho
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou com preços mais baixos. O mercado também buscou um melhor posicionamento frente ao relatório USDA. A previsão de chuvas para a segunda quinzena do mês na Argentina, aliviando o estresse hídrico, ajudou a pressionar o mercado.
O Departamento deverá cortar a projeção de estoques finais de passagem da safra dos Estados Unidos 2017/18 frente aos números indicados no mês passado.
Para a temporada 2017/18 a expectativa é de que os estoques globais sejam indicados em 202,7 milhões de toneladas, abaixo das 203,9 milhões de toneladas indicadas em novembro.
Para a safra mundial 2016/17, analistas e traders estimam que os estoques sejam apontados em 226,4 milhões de toneladas, aquém das 226,6 milhões de toneladas apontadas no relatório do mês passado.
Boi
Os preços do boi gordo ficaram entre estáveis a mais altos nesta segunda-feira. O dia foi marcado pela baixa quantidade de negócios. De maneira geral, os compradores estão na retranca, esperando melhor definição do mercado. Entretanto, o que se verifica é a dificuldade na aquisição de boiadas de qualidade em estados como São Paulo, Goiás e Minas Gerais.
"A logística fica mais lenta com a proximidade das festas de final de ano. Com isso, o ritmo de processamento da indústria também é afetado, o que vai atenuar a postura de compra de gado por parte dos frigoríficos", disse o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
A empresa estima que a pressão de alta nos preços deve se prolongar pelo menos até o próximo dia 20.
No mercado atacadista, os preços ficaram estáveis. A perspectiva ainda é de
preços mais altos para esta semana, considerando o aquecimento da demanda
típico de final de ano. No entanto, a concorrência acirrada com outras carnes
pode atenuar a pressão.
Clima e Tempo
A madrugada desta terça-feira, dia 12, é marcada por muita nebulosidade e chuva desde o Amazonas até a Bahia. As pancadas mais fortes se concentram mais na metade sul do Pará, onde há também diversas descargas elétricas.
Entre o final da noite de segunda-feira e estas primeiras horas da madrugada, choveu bastante no litoral paulista e em alguns municípios do Rio de Janeiro e do Mato Grosso.
Sul
Nesta terça-feira, o destaque da região Sul é o grande contraste térmico. Depois de uma manhã com frio no alto da serra geral, o sol predomina e garante uma tarde de calor na maior parte dos municípios. As temperaturas se elevam cada vez mais na fronteira oeste e em algumas cidades mais próximas da Argentina as tardes podem ser a mais quentes do ano, inclusive a desta terça.
Apenas no litoral entre Florianópolis (SC) e Curitiba (PR) é que a umidade do mar ainda não deixa a máxima subir demais. Não se descarta eventual chuva fraca também, na região metropolitana de Curitiba e no litoral paranaense.
Sudeste
O tempo começa aberto em grande parte da região Sudeste e chega a fazer um pouco de frio no alto da serra da mantiqueira. O sol predomina no interior paulista e a temperatura da tarde sobe. Conforme o dia for passando a umidade do mar ainda traz chuva para o litoral paulista e fluminense, e áreas de instabilidade geram chuvas com trovoadas em grande parte de Minas Gerais.
No norte do Espírito Santo e norte mineiro, a chuva é mais generalizada e acontece a qualquer hora do dia. Só não deve chover nesta terça em uma pequena porção do oeste do estado de São Paulo.
Centro-Oeste
Uma massa de ar mais seco toma conta do sul da região Centro-Oeste e com isso boa parte de Mato Grosso do Sul segue com tempo firme, ensolarado e bastante quente.
Já em outras áreas do Centro-Oeste, instabilidades tropicais seguem organizando a umidade da Amazônia e geram chuva. Há condição para temporais no norte de Goiás e nordeste de Mato Grosso. Nesta última área há previsão para elevados volumes acumulados.
Norteste
A chuva continua na Bahia, sul do Maranhão e do Piauí, mas até o final do dia avança para áreas do sertão e desde a região central maranhense até o oeste de Pernambuco.
No sul da Bahia, os temporais ainda não dão trégua. Apenas entre o norte do Maranhão e Sergipe, passando pelo Rio Grande do Norte, é que o tempo continua firme. Mesmo com chuva a sensação é de abafamento e na região de Teresina (PI) há expectativa de uma das tardes mais quentes do ano até o momento.
Norte
Nesta terça-feira, a chuva se espalha mais pelo centro-sul da região e os temporais são esperados para o norte de Rondônia, sul do Amazonas e sudoeste do Pará. Chove também com trovoadas no Acre e em Tocantins.
Por outro lado, do norte do Pará até Roraima a condição é de grande quantidade de nuvens, porém se chover, acontece de modo muito localizado e com baixos acumulados. A temperatura segue alta em toda a região.
Fonte: Canal Rural