No Dia Mundial do Ovo acontece em um momento de consolidação da proteína como protagonista na alimentação do brasileiro. A expectativa é de que a demanda interna cresça ainda mais em 2026. Segundo projeções da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita deve saltar das atuais 288 unidades para 306 ovos por habitante no próximo ano, colocando o país entre os sete maiores consumidores de ovos do mundo.
A previsão reflete uma mudança estrutural na dieta nacional, na qual o ovo se tornou a proteína mais presente nas refeições domésticas. Um levantamento da Kantar mostra que ele é o ingrediente principal em 30% das refeições no Brasil, superando outras fontes de proteína por seu baixo custo, praticidade e alto valor nutricional.
De acordo com o presidente da ABPA e do Conselho do Instituto Ovos Brasil (IOB), Ricardo Santin, o setor vive um novo momento de expansão. Ele destaca que o ovo tem conquistado espaço em todos os perfis de consumo, impulsionado por fatores como acessibilidade, versatilidade e saudabilidade. Para Santin, esse avanço reforça o papel do alimento na segurança alimentar e na saúde da população brasileira.
“Estamos vivendo uma nova era para o setor de postura. O ovo tem ganhado espaço em todos os perfis de consumo, impulsionado por fatores como acessibilidade, versatilidade e alto valor nutricional. Ao mesmo tempo, o setor tem se beneficiado de custos mais ajustados e maior presença nas mesas dos brasileiros, o que sustenta a perspectiva de crescimento consistente nos próximos anos”, destaca Santin.
Com esse cenário de expansão no consumo, a produção nacional deve acompanhar esse movimento. A projeção da ABPA indica que o Brasil poderá alcançar 65 bilhões de unidades produzidas em 2026, frente aos 62 bilhões esperados para 2025. O aumento de 7,5% vem em um cenário de custos mais equilibrados e maior valorização do produto no mercado interno.
O presidente do Instituto Ovos Brasil, Edival Veras, explica que a campanha do Mês do Ovo é uma oportunidade de ampliar o diálogo sobre alimentação saudável e acessível. Segundo ele, o ovo é um alimento democrático, presente em todos os momentos da vida e com grande impacto social e nutricional.
Demanda externa
A demanda externa também está contribuindo para esse cenário de aumento na produção, sendo que neste ano o Brasil registrou recorde de 32 mil toneladas exportadas entre janeiro e agosto de 2025, um salto de 192% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita no acumulado do ano atingiu US$ 75,295 milhões, incremento de 214,5% em relação aos US$ 23,943 milhões obtidos no mesmo intervalo de 2024.
Santin observa que, mesmo com os embarques recordes, o país exporta menos de 2% da produção total. Segundo ele, o que sustenta o ritmo de crescimento é o consumo doméstico, que mantém o ovo cada vez mais presente na mesa do brasileiro.
“Os embarques para os Estados Unidos sofreram os efeitos do tarifaço, com diminuição no fluxo embarcado no mês. Ao mesmo tempo, vemos a retomada de destinos, como os Emirados Árabes Unidos e o fortalecimento para novos importadores, como o México”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
O desempenho mostra que, mais do que uma tendência, o ovo se consolidou como símbolo de nutrição, praticidade e acessibilidade. A expectativa é de que continue sendo um dos alimentos mais importantes para a segurança alimentar do país nos próximos anos.
Entre os principais destinos das exportações brasileiras de ovos, o Japão liderou com 578 toneladas, um aumento de 328,5% em relação ao mesmo período anterior. Em seguida vieram os Estados Unidos, com 439 toneladas (+628,9%), o México, com 304 toneladas, sem comparativo com o ano anterior, os Emirados Árabes Unidos, com 182 toneladas, que não registravam embarques no mesmo mês do ano anterior, e o Chile, com 172 toneladas, uma queda de 79,6%.
Por:
Andressa Simão | Instagram @apautadodia
Fonte:
Notícias Agrícolas