Fonte: Cecafé
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e o Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI) se reuniram com o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Antonio Anastasia, na última quarta-feira (15), para alertar sobre os graves impactos do esgotamento da infraestrutura portuária brasileira nas exportações de café.
Exportações prejudicadas
Segundo o Cecafé, em 2024 o Brasil deixou de exportar 1,804 milhão de sacas de café por conta de gargalos logísticos nos portos, o que representa 5.534 contêineres parados. Isso causou um prejuízo estimado de R$ 51,5 milhões e impediu a entrada de cerca de US$ 555,6 milhões (R$ 3,3 bilhões) em receita cambial.
Declaração de Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé:
“As cargas precisam urgentemente de oferta de capacidade. Restringir a participação de interessados no leilão do Tecon Santos 10 pode gerar atrasos judiciais e comprometer ainda mais o escoamento do café brasileiro.”
Leilão do Tecon Santos 10 – Porto de Santos (SP)
O setor cafeeiro expressa preocupação com possíveis restrições na participação de armadores no leilão previsto para 2025. Segundo Heron, limitar interessados no processo abre precedente para judicializações, principalmente em ano pré-eleitoral, e pode retardar a melhoria da infraestrutura portuária.
Mais prejuízos em 2025
Mesmo em período de entressafra, o Brasil já deixou de exportar 637.767 sacas no primeiro trimestre deste ano, o que representa US$ 262,8 milhões (R$ 1,51 bilhão) em perdas cambiais. Só no mês de março, os custos logísticos extras somaram R$ 8,1 milhões, com gastos com armazenagem, detentions e antecipações de gates.
Receptividade no TCU
O ministro Antonio Anastasia demonstrou interesse em analisar o tema, reconhecendo os desafios logísticos enfrentados pelo setor cafeeiro, especialmente como representante de Minas Gerais, maior estado produtor de café do país. No entanto, ele pontuou que a responsabilidade técnica da análise está sob a alçada da agência reguladora ANTAQ.
Propostas do IBI
O diretor executivo do IBI, Mario Povia, reforçou a disposição do instituto em contribuir com propostas técnicas e diálogo com o setor público, buscando soluções para aprimorar a infraestrutura portuária brasileira e garantir eficiência no escoamento das cargas.