A StoneX atualizou sua estimativa para a produção de trigo 2023/24 do Brasil, agora em 8,25 milhões de toneladas, queda de 4% em relação ao valor projetado em dezembro. Pelo lado da produção, a única revisão em relação ao relatório do último mês ocorreu no número do Rio Grande do Sul. O estado foi um dos mais afetados pelo excesso de chuvas, refletindo na produtividade, que passou de 2,18 ton/ha para 1,95 ton/ha. “Em meio à contração na oferta, a percepção é que as importações terão um papel ainda mais crucial para atender o consumo doméstico, especialmente a demanda pelo trigo de qualidade”, relatou o grupo, em relatório publicado nesta terça-feira (17).
Além de afetar as importações, a queda estimada na produção também impactaria a indústria de moagem e o estoque final. Similarmente ao verificado no caso das exportações, têm-se observado um acelerado ritmo de comercialização do trigo de baixa qualidade para o setor de ração animal, principalmente no Paraná e no Rio Grande do Sul, onde há um volume abundante do grão nessa condição.
“O aumento do volume do grão de qualidade mais baixa contribuiu para a elevação na estimativa de uso do cereal para ração em 2023/24, que alcançou o patamar de 1,06 milhão de toneladas. Isso representa um aumento de quase três vezes em relação ao registrado na safra 2022/23”, explicou a StoneX.
O grupo promoveu um aumento em sua expectativa de importação, de 6,3 para 7,1 milhões de toneladas, 10,7% a mais que a estimativa de dezembro. A variação anunciada implicaria um crescimento interanual de 56,2%, o que reflete a maior movimentação por parte dos moinhos para adquirir um cereal de alta qualidade oriundo do exterior, destinado para consumo humano.
Uma das principais questões levantadas nesta atualização é que a maior necessidade de importações poderia pressionar a estrutura logística, principalmente no Sul do país.
Por fim, como resultado, houve uma redução no comparativo mensal da estimativa de estoque final, que ficaria em 109,5 mil toneladas, número 26,6% menor que o de dezembro e um decrescimento interanual de 80,3%.
Fonte: Notícias Agrícolas