Produtores brasileiros exploram apenas 20% da área potencial para a atividade
O Brasil está entre os dez países com a maior área irrigada do planeta, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). Atualmente, o país tem 6,95 milhões de hectares que produzem alimentos utilizando diferentes técnicas de irrigação. No entanto, o número representa apenas 20% da área potencial para a atividade.
Na visão de Renato Silva, presidente da Valley, que é uma das principais empresas de irrigação do Brasil, o maior entrave no sistema é a falta da cultura de irrigação no país.
“O produtor rural enxerga a necessidade de irrigar apenas quando ele não vai bem com a safra. A procura acontece apenas para manter a receita linear”, diz ele.
Silva enfatiza a grande diferença entre os produtores brasileiros e os americanos no momento da irrigação: “Para ter uma ideia, o estado de Nebraska, nos Estados Unidos, possui três vezes mais área irrigada que o Brasil inteiro”.
Pensando nos produtores que já utilizam esse sistema e nos que se interessam e pretendem implementar a tecnologia na lavoura, separamos cinco dicas preciosas para ter sucesso no momento da irrigação.
Irrigar a lavoura à noite
Além de a evaporação da água ser menor nesse período, já que não há a incidência de luz solar, a irrigação à noite é mais barata. Diversas distribuidoras de energia estimulam a ligação do sistema em horários específicos e com descontos na tarifa. Essa medida reduz a conta de luz no final do mês, além de economizar os recursos hídricos da região.
Realizar a manutenção preventiva dos pivôs
O ideal é realizar a manutenção pelo menos uma vez ao ano. No processo poderão ser identificados problemas como vazamentos, pneus furados e pouca pressão na saída da água. Vale a pena conferir também a bomba hidráulica, que pode sofrer desgastes com o tempo, as tubulações aéreas e a parte mecânica do pivô.
Proporcionar a quantidade certa de água
Alguns produtores acreditam que quanto mais água para a planta melhor. É um erro comum. O ideal é fazer um estudo no solo da propriedade para averiguar quanto aquela terra absorve de água em determinado tempo.
“A maioria dos agricultores decide a quantidade de água que vai usar apenas com uma análise visual, o que não é correto. Uma planta com mais água não significa que ela será mais bem nutrida”, afirma Dearley Brito Liberato, consultor da Irriger.
Fazer inspeções diárias
A vistoria vai desde a calibração dos aspersores até possíveis atolamentos das rodas do pivô central. Quando desregulados, a eficiência na utilização da água e a produtividade da lavoura podem cair.
Em alguns casos, é possível ver por meio de imagens de satélite a formação de anéis de seca, devido a problemas de distribuição da água nos aspersores.
Realizar o gerenciamento da irrigação
O gerenciamento da irrigação é um dos itens mais importantes na hora da implementação do sistema. Atualmente, algumas tecnologias permitem o monitoramento e controle dos pivôs e estações remotas por meio de comandos feito pelo próprio computador.
Esses novos equipamentos conseguem avaliar o déficit de água no solo, armazenar o histórico de irrigações realizadas, custo de energia e produtividade. Outros sistemas possuem ainda estações meteorológicas e sensores. Neles, todo o manejo é feito através do processamento de dados.
"Essas novas ferramentas permitem o sistema de irrigação trabalhar de acordo com a necessidade real da planta. Elas nos dizem quanto de água a planta precisa, quando e como irrigar", afirma Liberato.
Fonte: Canal Rural