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ABPA confirma que frigoríficos não são polos de transmissão do Cvid-19
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Publicado em 10/08/2020

A segurança sanitária dos frigoríficos brasileiros em meio à pandemia foi tema do programa Direto ao Ponto, que foi ao ar neste domingo, 9. O convidado foi o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.

Os frigoríficos passaram a adotar protocolos ainda mais rígidos a partir do último mês de março. Os ministérios da Agricultura, da Saúde e da Economia publicaram, em 18 de junho, a portaria conjunta 19.             O normativo elenca série de regras que minimizam os risocs de contágio da Covid-19 entre os trabalhadores das linhas de produção de frigoríficos e de laticínios em todo o país. "Com ela (portaria), tivemos uma normatização para todos os frigoríficos e que até hoje a gente consegue manter a produção para não faltar alimento", comemorou Santin.

Para o diretor-executivo da ABPA, os novos protocolos  demonstraram-se eficazes na prática. E duplamente: resguardaram a saúde dos trabalhadores e mantiveram os frigoríficos em funcionamento para suprirem a demanda por carnes no país e em países importadores. "Hoje um frigorífico, em alguns casos, é mais limpo e higienizado do que até mesmo um pronto-socorro. Depois de seis meses de pandemia, ainda tem frigorífico que não teve nenhum caso, o que comprova que não é polo de doença".

Já com relação às investigações do Ministério Público do Trabalho sobre denúncias de aumento de casos dentro dos frigoríficos, Santin entende que houve excesso de precaução logo no início da pandemia para alcançar um objetivo comum. "Isso foi o que aconteceu lá atrás. Tivemos um desentendimento. Mas houve uma maturidade maior tanto da industria quanto do próprio MPT, e verificamos que estamos tendo sucesso nas ações conjuntas, que é de preservar a saúde do colaborador", defendeu.

Santin também informou que o setor foi um dos poucos que contrataram trabalhadores em meia ás notícias de demissões devido as lockdowns no país. "Nós  contratamos quase 20 mil  funcionários para repor os que foram afastados preventivamente".

O fato é que a produção brasileira de carnes registrou aumento nos meses que coincidiram com o pico da pandemia. Isso só foi possível por que os protocolos minimizaram os casos da Covid-19 entre funcionários de frigoríficos. "Nos chamaram a responsabilidade de produzir alimento para não faltar comida par ao brasileiro. Seria muito ruim ter que enfrentar uma pandemia e não ter comida disponível nas prateleiras. A gente cresceu 6% a produção", pontuou.

Além de manter as prateleiras cheias, o setor ainda viu novas portas abrirem-se no comércio internacional: "Tivemos a surpresa do Egito, para a carne de frango. Mais de 160 países continuam consumindo carne de frango do Brasil, e mais de 70 países, de carne de porco", disse o diretor.

O convidado também descartou risco de o consumidor não encontrar carnes no supermercados. "Não há risco de desabastecimento. As medidas foram bem implantadas. Já em países desenvolvidos, caso dos EUA, descuidou-se no início da pandemia, o que fez faltar carne de porco nas prateleiras", explicou. Ele também reiterou que a ingestão de carnes não transmite o vírus. "A carne não transmite Covid. Os animais não transmitem Covid. Não há qualquer perigo disso".

As novas medidas, por outro lado, aumentaram os custos do setor, principalmente de frigoríficos que só vendem para o mercado interno. "Eu tive que dobrar o número de caminhões, de ônibus que transportam as pessoas, duplicar as desinfecções e quadruplicar o índice de lavagem das máscaras. São custos importantes e que estão impactando na rentabilidade das plantas."

Fonte: Canal Rural.

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