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Embrapa orienta sobre suplementação alimentar do rebanho
22/07/2020 10:35 em Notícia

Produtores rurais da Amazônia enfrentam o desafio de garantir alimento de qualidade para o gado durante o período de estiagem, a cada ano. A baixa ocorrência de chuvas entre os meses de junho e setembro, auge do verão na região, reduz os teores de proteína no capim e limita a oferta de forragem, com impactos na dieta animal e na produção. Investir preventivamente em estratégias de suplementação alimentar recomendadas pela pesquisa ajuda a garantir o padrão nutricional da alimentação do rebanho bovino e evita prejuízos na atividade pecuária.

Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Maykel Sales, a principal limitação nutricional de pastos tropicais na época seca é de natureza proteica. Em função dessa deficiência na qualidade da forragem, é necessário o fornecimento de uma fonte de proteína suplementar para assegurar qualidade nutricional à alimentação do rebanho e a manutenção dos índices de desempenho produtivo. A reposição nutricional pode ser feita com uso de sais ureados, sais proteinados de baixo consumo ou por meio de suplementos múltiplos de médio e alto consumo, dependendo da categoria animal e dos objetivos almejados pelo produtor.

"A ausência de chuvas torna a forragem escassa, mais fibrosa e menos nutritiva. Nesse período, manter uma dieta a pasto geralmente resulta em perda de peso dos animais, queda na produtividade e na taxa de fertilidade do rebanho, além de aumento da predisposição a doenças entre outros fatores que impactam a produção. As práticas suplementares permitem manter o gado bem alimentado, saudável e produtivo, independente da duração e intensidade da estiagem" afirma o pesquisador.

Pequenos, médios e grandes produtores enfrentam os mesmos desafios na época de estiagem, ou seja, precisam suprir as exigências nutricionais dos animais para manter a produção. Para enfrentar esse período, o produtor rural conta com diferentes alternativas tecnologias recomendadas pela pesquisa, que podem ajudar a melhorar a qualidade da alimentação do rebanho na seca.

De acordo com Sales, na pecuária leiteira a suplementação alimentar pode ser feita tanto com volumosos quanto com concentrados, dependendo da disponibilidade de pasto da propriedade. As principais estratégias recomendadas para uma dieta rica em proteína e outros nutrientes para o gado são o uso de capineiras, fenos, cana com ureia, bancos de proteína formados com plantas leguminosas e os suplementos múltiplos, dependendo do nível de produção dos animais. Além da dieta volumosa, vacas de média a alta produção devem receber um quilo de ração concentrada para cada três quilos de leite produzido.

"Em relação ao uso da mistura de cana-de-açúcar com ureia, é importante que o produtor observe a dosagem e o processo de adaptação dos animais para evitar a intoxicação. Recomendamos utilizar um quilo de ureia para cada 100 quilos de cana, mas é necessário diluir o produto em quatro litros de água. Como não se recomenda o uso de ureia pura na mistura, para cada nove quilos do produto deve-se adicionar um quilo de sulfato de amônia. O consumo da mistura deve ser 15 quilos por animal/dia, correspondente a 50% da sua necessidade de alimento, dependendo da disponibilidade de pasto na propriedade", orienta o pesquisador.

Na pecuária de corte as principais recomendações da pesquisa para suplementar a dieta bovina são a silagem de milho e os sais proteinados. Resultante da trituração da planta inteira, com as espigas, a silagem pode ser armazenada para uso durante os meses de estiagem. Por ser uma alternativa de alto custo, em relação a outras alternativas, a silagem é mais indicada para rebanhos de elevado padrão genético. Já os sais proteinados são suplementos cocentrados enriquecidos com fontes de energia como milho e sorgo, e de proteína, com farelo de soja, de algodão ou trigo e ureia. Fornecidos em quantidades controladas são altamente eficientes no ganho de peso dos animais.

Fonte: Agrolink

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