A mais importante unidade de pesquisa especializada em soja do país completa, neste 16 de abril, 45 anos de existência e serviços prestados ao agronegócio. A Embrapa Soja não só contribui diretamente para a expansão da principal cultura agrícola do país, mas também ajuda orientando os produtores a tomarem as decisões. O resultado é que nestes 45 anos, a produção de soja do Brasil cresceu impressionantes 900%, fruto das altas produtividades obtidas no campo, já que a área avançou 433% neste intervalo. Só a Embrapa lançou mais de 400 variedades de soja neste tempo, adaptadas para todos os estados, climas e solos do país.
“Desde a fundação, sua vocação sempre foi apresentar soluções às demandas urgentes e gerar tecnologias agrícolas para suprir as necessidades do Brasil, seja em produção de alimentos ou incrementando as exportações”, afirma o chefe-geral da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias.
Foto: Embrapa Soja
Um pouco da fundação
Lá em 16 de abril de 1975, até a escolha da localização foi pensada estrategicamente, com base na pesquisa. A opção foi fixar sede em Londrina (PR), próximo ao Trópico de Capricórnio, devido a zona de transição climática que favorece a seleção de material genético de soja, tanto para a região subtropical localizada ao sul do país, quanto para a região tropical, ao norte.
Desde então a Embrapa Soja liderou as pesquisas nacionais que resultaram na geração da soja tropical, o que possibilitou, a partir dos anos de 1980, o cultivo da soja também regiões de baixa latitude. Hoje são mais de 400 variedades de soja lançadas pela Embrapa.
Foto: Embrapa Soja
A Embrapa Soja é uma das 43 unidades de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Atualmente, a Embrapa Soja tem pesquisadores atuando em Ponta Grossa (PR), na Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás, em Goiás), na Embrapa Agrossilvipastorial (em Sinop, Mato Grosso), na Embrapa Pesca e Aquicultura (em Palmas, Tocantins), na Embrapa Rondônia (em Vilhena).
“Distribuídos por diversas regiões brasileiras, os pesquisadores estão preparados para contribuir com profissionais da assistência técnica, produtores e também governos que precisam de subsídios na elaboração de políticas públicas”, diz Farias.
Estrutura física
A Embrapa Soja mantém em Londrina uma infraestrutura de pesquisa, com 37.221 m² de área construída, divididos em casas de vegetação, laboratórios, galpões de apoio ao campo experimental, auditório para treinamentos e prédios administrativos. Confira abaixo:
- 37.221m² – Área construída
- Fazenda Santa Terezinha – Campo experimental com 350 hectares;
- Fazenda Maravilha – Campo experimental com 121 hectares;
- 31 laboratórios de pesquisa
- 38 Casas de vegetação (12.396 m²)
- Cozinha Experimental
Há também bases avançadas em diferentes regiões brasileiras, que atuam com ações para o manejo da cultura nos sistemas de produção regionalizados, na avaliação da base genética e na articulação de demandas técnicas de pesquisa e de transferência de tecnologia.
Foto: Embrapa Soja
Contribuições da pesquisa
A soja é a cultura que mais cresceu nos últimos 40 anos no Brasil. Segundo a Embrapa, muito investimento em ciência e tecnologia foi necessário para adaptar a cultura ao solo e clima brasileiros. Conheça algumas das principais contribuições da pesquisa com soja:
- • Indicações de manejo de solo nas principais regiões edafoclimáticas;
• Resistência e tolerância a estresses bióticos, como insetos-pragas;
• Estratégias de convivência com estresses abióticos, como seca e impactos causados por mudanças climáticas;
• Manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas;
• Cultivares de soja, com elevado potencial produtivo, sanidade e estabilidade de produção;
• Estratégias antirresistência no controle de pragas, doenças e plantas daninhas;
• Controle de pragas e sistemas de qualidade para armazenagem e pós-colheita de grãos;
• Fixação biológica do nitrogênio e técnica de coinoculação em soja;
• Manejo da cultura adaptado a diferentes sistemas produtivos;
• Fertilidade do solo, adubação de sistemas e nutrição de plantas;
• Tecnologia de produção de sementes de alta qualidade;
• Sistema de integração lavoura-pecuária-floresta;
• Tecnologia de aplicação de agrotóxicos;
• Determinação e prevenção de perdas na colheita;
• Tecnologias para produção de soja em sistemas agroecológicos;
• Zoneamento de risco agroclimático;
• Soja para alimentação.
“Sua contribuição histórica ao agronegócio da soja no Brasil coloca a Empresa como referência mundial no desenvolvimento de tecnologias para a cultura em regiões tropicais. Entre suas contribuições estão o desenvolvimento de cultivares adaptadas a regiões de baixas latitudes, o controle biológico de pragas, as técnicas de manejo e conservação do solo, entre outras”, diz o chefe-geral da Embrapa.
Foto: Embrapa Soja
Embrapa e o Brasil atual
Segundo Farias, na nova economia, a Embrapa Soja mantém o foco em objetivos que sempre permearam suas ações. Uma de suas missões é estimular que os processos produtivos em que a soja está inserida estejam pautados em sustentabilidade, sem perder o foco no aumento de rentabilidade do produtor.
“Um exemplo real de tecnologia de sucesso aplicada é a adoção do Manejo Integrado de Pragas da Soja (MIP) que proporciona uma redução média de 4 para 2 aplicações de inseticidas. Essa redução equivale a aumentar o lucro em aproximadamente 2 sacas por hectare. Também vale lembrar o papel da fixação biológica do nitrogênio, um dos mais importantes nutrientes da soja”, relembra Farias.
Outros exemplos destacados são as inovações em biotecnologia e técnicas de edição de genoma e, é claro, toda a transformação proporcionada pela agricultura digital.
Neste sentido, a Embrapa Soja está colocando em prática o projeto Coalizão Soja 4.0 que visa fortalecer o ecossistema de inovação para a cultura da soja.
“O projeto estabelece novos patamares tecnológicos e organiza diferentes atores para missões em temas estratégicos e combina modelos que favoreçam maior coordenação entre esforços de inovação e independência tecnológica Brasil”, comenta o chefe-geral da Embrapa Soja.
Foto: Embrapa Soja
A entidade ainda destaca que todas as tecnologias e soluções inovadoras criadas vem sendo compartilhadas em ações permanentes de transferência de tecnologias, seja realizando eventos técnico-científicos, participando de redes de referência, promovendo treinamentos e capacitação, recebendo visitas, disponibilizando informações por meio de plataformas multimídia, entre outros.
“É objetivo da Embrapa Soja facilitar o acesso às tecnologias geradas pela pesquisa por meio de ações permanentes de transferência de tecnologias, seja realizando eventos técnico-científicos, promovendo treinamentos, recebendo visitas, editando publicações, entre outros”, afirma Farias.
Fonte: Canal Rural