Monitoramento e uso correto do inseticida nesta fase são fundamentais para o combate às lagartas de difícil controle
Para os produtores rurais que plantaram a soja no final de setembro e outubro, o momento é decisivo para o sucesso da safra. Monitorar a lavoura diariamente é o primeiro passo para a identificação das lagartas que podem causar danos irreparáveis à cultura. A orientação é não perder tempo e, em caso de infestação, aplicar o inseticida indicado logo no início.
Helicoverpa armigera
A preocupação neste ano cresceu com a presença da Helicoverpa armigera. A incidência da lagarta aumentou no estado de Mato Grosso, em relação à última safra. A praga apareceu nos primeiros plantios atacando a soja já no estado vegetativo, causando tensão entre os produtores. Por isso a necessidade de uma segunda aplicação vai depender muito da continuidade do monitoramento. “A amostragem das lagartas e o monitoramento permanente da lavoura devem ser uma rotina nas propriedades”, alerta Giorla Moraes, gerente de desenvolvimento de inseticidas Brasil, da Syngenta
O monitoramento é essencial porque os produtores podem enfrentar cenários diferentes de lagartas dependendo da biotecnologia utilizada. Em soja com tecnologia Bt, por exemplo, predominam as lagartas do gênero Spodoptera, enquanto em materiais convencionais a lagarta falsa-medideira (Chrysodeixes includens) e a lagarta Helicoverpa armigera são mais comuns.
“São cenários diferentes de lagartas, cada uma com suas características, mas todas com potencial muito grande de estragos para a lavoura”, alerta a engenheira agrônoma.
Soja Bt
Na cultura da soja Bt, as lagartas do gênero Spodoptera mais comuns são Spodoptera cosmioides e Spodoptera eridania, assumindo importância normalmente a partir do início da fase reprodutiva da cultura, em que normalmente se alimentam das folhas.
Soja convencional
Nesse cenário, a lagarta falsa-medideira possui maior preferência e melhor adaptação à soja, sendo responsável por grandes danos tanto na fase vegetativa quanto na fase reprodutiva. Já a lagarta helicoverpa, quando ocorre de forma expressiva, é extremamente agressiva, pois ataca as estruturas reprodutivas das plantas, além de se multiplicarem rapidamente.
Em todas essas situações, o combate deve ser feito por um inseticida de qualidade e com eficácia comprovada. E o mais importante, segundo Giorla Moraes, ser utilizado na hora certa. É onde entra o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Manejo Integrado de Pragas
O MIP garante uma tomada de decisão segura mediante o monitoramento constante da lavoura e, consequentemente, a adoção de uma estratégia precisa. É por meio dele que vai se saber o local e o momento certo da utilização do inseticida para controlar as lagartas. Ele é fundamental para tomada de decisão porque avalia os danos, talhões e prejuízos que podem estar ocorrendo
“O Manejo Integrado de Pragas pode detectar a infestação logo no início, quando a utilização do produto é mais eficaz e dura por um período bem maior, reduzindo os custos. Por isso o MIP faz todo o sentido para o produtor rural”, avalia a engenheira agrônoma.
Fonte: Canal Rural