Apesar da detecção do organismo capaz de originar a doença, o talhão monitorado ainda segue sem ferrugem.
O Paraná registrou a presença dos primeiros esporos (organismo capaz de causar doença) da ferrugem asiática na safra 2019/2020 de soja. A identificação foi realizada no município de Vitorino, sudoeste do estado, através do sistema de coletores de esporos instalados pela Emater/PR. Segundo a entidade, os produtores devem reforçar a vigilância em suas áreas para identificar, o quanto antes, a presença da doença.
Apesar da presença dos esporos, não há identificação da doença nas plantas do talhão monitorado, confirmou a Emater.
“A presença dos esporos é um indicativo do patógeno no ambiente, porém não necessariamente significa infecção da doença a campo”, diz o gestor estadual do Projeto Grãos na Emater-PR, Edivan José Possamai.
O gerente de Sanidade Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Marcílio Martins Araújo, também destaca que é natural que ocorra aparecimento de esporos a cada ciclo, como já aconteceu em outros anos”.
“Mas é um indicativo de que eventualmente a doença pode se desenvolver, por isso há necessidade de que os técnicos e agricultores aumentem o monitoramento da lavoura”, afirma.
O que fazer?
Segundo Possamai, uma das tarefas que cabem aos produtores de soja e técnicos é fazer a inspeção das folhas para observar se há sintomas da doença. Além disso, os agricultores devem acompanhar semanalmente as informações da rede formada por 240 coletores de esporos espalhados pelo Estado, acessando o site de alerta de ferrugem no estado!
“Esse é um instrumento que o estado oferece para melhorar a eficiência do manejo da ferrugem asiática da soja. Por meio da rede, é possível acompanhar, a partir da confirmação dos esporos, o possível desenvolvimento da doença nos demais municípios da região”, conta Possamai.
A entidade reforça, no entanto, que os dados dos coletores são apenas mais uma ferramenta de apoio no manejo da doença. Para que seja realizado o manejo químico da ferrugem com o uso de fungicidas, além dessa informação devem ser levados em conta a inspeção foliar, o estádio de desenvolvimento da cultura e condições climáticas.
Casos da doença na safra 2018/2019
Na safra anterior, 2018/2019, o Paraná registrou 58 casos da doença, nenhum no município de Vitorino. A maior quantidade de casos aconteceu em Cafelândia, com cinco ocorrências.
Vale ressaltar que o número de casos naquela safra foi o menor desde a temporada 2011/2012 e quase a metade dos 113 casos da 2017/2018, mostrando que os cuidados da Emater estão dando resultados.
“Os esporos são facilmente disseminados pelo vento, por isso a importância dos coletores instalados no estado. A folha doente apresenta pequenos pontos de cor mais escura na parte superior. Na parte de baixo, é possível perceber pequenas ondulações. Ali o fungo produz os esporos. A tendência é que essas ondulações tomem uma cor castanha mais escura que o restante da folha”, diz Possamai.
Fonte: Canal Rural