Publicada no Diário Oficial da União (DOU), decisão compreende 55 produtos genéricos e apenas dois inéditos
O Ministério da Agricultura (Mapa) publicou nesta quarta-feira (27/11), no Diário Oficial da União (DOU), a autorização do registro de mais 57 agrotóxicos. Deste total, 55 são produtos genéricos e apenas dois são inéditos, além de 12 serem produtos biológicos ou orgânicos, que podem ser usados tanto na agricultura orgânica quanto na tradicional.
De acordo com o Mapa, o objetivo de mais essa aprovação de produtos genéricos é aumentar a concorrência ao diminuir o preço dos defensivos, o que impulsiona a queda do custo de produção.
Entre os produtos liberados, consta um defensivo agrícola biológico à base da vespa Telenomus podisi, que poderá ser usado na agricultura brasileira para combater o percevejo marrom, praga agressiva à cultura de soja.
“Atualmente, o percevejo marrom é uma praga de grande importância na cultura da soja, que só contava com opções químicas para o seu controle. Esta vespa parasita ovos do percevejo marrom favorecendo uma diminuição populacional da praga e aumentando o número de inimigos naturais no campo”, explicou, em nota, o coordenador de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Carlos Venâncio.
Dos 12 produtos biológicos, um deles é formulado à base de óleo de casca de laranja, apresentando baixa toxicidade, podendo ser usado no combate do pulgão em pequenas culturas como alface, agrião, brócolis, couve, couve-flor, espinafre, repolho e rúcula.
Aprovações e suspensões
Nesta semana, foi suspensa a liberação de 63 agrotóxicos que haviam sido aprovados para uso pelo governo em setembro. Autor da ação popular, que acarretou a suspensão, o deputado federal Célio Studart (PV-CE) falou à Globo Rural sobre a preocupação de o Ministério do Meio Ambiente “se omitir” nas questões da liberação dos defensivos.
“É compreensível que o presidente do Brasil tenha respeito ao agronegócio. Mas é preocupante que isso seja mais importante que a preocupação ambiental. E, o Ministério do Meio Ambiente, que deveria ser o equilíbrio dessa balança não cumpre essa função e faz as vezes de um segundo Ministério da Agricultura”, diz Studart.
Segundo ele, é necessário reconhecer a relevância do agronegócio no Brasil, mas “o que se não pode fazer é essa liberação desenfreada”. “Você não pode colocar a saúde dos brasileiros, do consumidor, abaixo da produção. A produção é importante, mas tem que ser balanceada. A ideia de desenvolvimento sustentável é exatamente essa”, ele fala.
Fonte: Revista Globo Rural