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Veja a tendência para os preços do boi gordo e do bezerro
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Publicado em 14/11/2019

De acordo com consultor do Itaú BBA, o momento é positivo, mas produtor deve se proteger de possíveis quedas para níveis que comprometam a rentabilidade

O mercado do boi gordo vive um momento muito positivo. De acordo com o consultor de Agronegócio do Itaú BBA, César de Castro Alves, isso ficou ainda mais evidente em outubro, com as exportações de carne bovina atendo recordes, principalmente pela demanda chinesa. “Além disso, temos observado neste momento boa reação da carne no mercado doméstico, para níveis recordes nominais”, afirma.

Segundo o especialista, os contratos futuros acabaram sendo impulsionados pela combinação. “São patamares muito interessantes, tendo em vista que esses animais que serão entregues em 2020 foram adquiridos jovens em bases de preço menores”, analisa.

A menor oferta sazonal de gado, típica desta época do ano, também contribui para a pressão de alta, afirma Alves. “É um sinal de que a oferta dos confinamentos não tem sido suficiente para o equacionar o novo driver deste ano, que é a demanda da China, impulsionada pela peste suína africana no rebanho suíno, que abriu grande oportunidade para as exportações de carnes em nível global”.

Apesar da recente abertura de mais plantas frigoríficas para exportação de carne de frango, são os embarques de proteína bovina que se destacam. “A posição de destaque do Brasil no comércio internacional de carne bovina e a pouca concorrência neste momento acabou nos favorecendo”, diz.

Mercado de reposição

O consultor destaca que o bezerro vem acompanhando as altas do boi, de modo que as margens a serem obtidas com as compras de reposição nas bases atuais dependerão de bons preços de boi daqui a cerca de dois anos, para fazer frente à esta reposição mais cara. “No momento a equação fecha, ou seja, o bezerro mais valorizado na praça encontra na tela o boi valorizado, mas um risco seria repor agora e deixar a venda futura totalmente aberta”, diz.

O que há pela frente?

De acordo com Alves, o problema da oferta de carne na China é muito relevante e sem solução em curto prazo. “O país asiático tem investido forte na produção de proteínas alternativas ao suíno, com destaque para as aves e pescados, mas no caso de bovinos é bastante complicado um crescimento consistente devido ao longo ciclo”, afirma. O consultor diz, ainda, que ventos favoráveis devem soprar do mercado doméstico com a aceleração da economia.

“Mas mesmo com este bom panorama estamos sempre sujeitos a alterações de rota e eventos inesperados, seja um risco sanitário ou apenas uma redução das exportações, o que teria efeito contrário aos preços justamente no momento em que o produtor deseja comercializar, o que justifica as proteções”, reforça.

Nesse sentido, Alves diz que é prudente que o produtor fique atento as oportunidades para se proteger de possíveis quedas para níveis que comprometam a rentabilidade. “Isso é relevante principalmente para aqueles que dependem do fluxo de caixa resultante da atividade de pecuária para fazer frente às obrigações assumidas”, finaliza.

Fonte: Canal Rural

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