Produtor relata os cuidados que partem desde uma rotação efetiva de culturas, até a correção usada no solo para um melhor enraizamento
A equipe do Projeto Soja Brasil visitou uma propriedade campeã em produtividade na região Centro-Oeste para trazer dicas de como melhorar a produção. E sabe por onde tudo começa? Pela tão comentada rotação de culturas, que muitos dizem fazer, mas que na prática é apenas a sucessão soja e milho.Em parte da propriedade de Valdemar Zanella, em Campos de Júlio (MT), o feijão mungo, que tem ciclo de 65 dias, agora dará espaço para soja, plantada neste início de novembro. Em outra área, o plantio da soja já começou, substituindo o milho pipoca. Ou seja, culturas diferentes, com janelas de plantio e colheitas diferentes, todas melhorando as condições para a soja que é a cultura comercial principal.
“A soja que vem depois é sempre recompensada, porque o milho pipoca recebe mais adubo que o milho normal. Sem falar no valor agregado, já que acaba deixando o residual de adubo melhor para soja, que passa a ter uma produtividade melhor”, afirma o engenheiro agrônomo Alfeu Volf.
A meta nesta safra de plantar pouco mais de 15,3 mil hectares com a soja, 1% a mais na comparação com a safra anterior. A meta é conseguir mais do que as 72 sacas por hectare que conseguiu na safra passada.
Rotação também nos insumos
De tantos hectares de terra, 5% serão destinados ao plantio da soja convencional. Outra medida de rotação, mas neste caso, das moléculas de controle de daninhas na área.
“O produtor está melhorando o controle de nematoide, porque hoje tem variedades convencionais com um amplo controle. Com isso, ele também faz uma rotação de moléculas de controle de daninhas na área, isso é muito interessante para não criar plantas resistentes. No fim ele também terá uma bonificação em cima da soja convencional”, afirma o analista da Embrapa Bruno Souza Lemos.
Campeão dá dicas
Não à toa, a fazenda foi campeã do Comitê Estratégico Soja Brasil duas vezes, com a maior produtividade do Centro-Oeste. De perto, a gente entende o por quê. Por lá, a adubação de fósforo é feita na linha, junto com o plantio. E tem outros cuidados.
“Muito antes do plantio a gente começa a correção do solo com calcário e outros nutrientes como fósforo e potássio. Na semente fazemos todo o tratamento biológico com inoculantes específicos, que ajuda no enraizamento da planta e consequentemente na nodulação, fornecimento de nitrogênio. Na operação de plantio trabalhamos com velocidade reduzida justamente pensando na distribuição de plantas”, afirma Volf.
A construção do perfil do solo também conta com o uso do gesso agrícola, que é o condicionador de subsolo.
“Isso possibilita que as raízes se aprofundem mais e consigam captar mais água e nutrientes, que geralmente não ficam disponíveis à planta na parte superficial do solo. O gesso tem sido um grande diferencial nesta propriedade para conseguir máximas produtividades de soja”, diz Lemos.
Fonte: Canal Rural