Segundo diretor da Aprosoja local, a expectativa para o plantio é de clima neutro, normal, favorecendo o andamento dos trabalhos de campo
A área plantada com soja no Piauí deve crescer de 4% a 8% em 2019/2020, segundo estimativa da Associação dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja-PI). O diretor-executivo da entidade, Rafael Maschio, diz que a superfície é esperada inicialmente em 788 mil hectares nesta temporada, podendo chegar a 800 mil, contra 758 mil hectares no ano passado. A produtividade é esperada, inicialmente, em 55 sacas por hectare, contra 51,5 em 2018/2019.
Por ser um estado com expansão da fronteira agrícola, o Piauí vê crescimento da superfície semeada ano após ano. A exceção foi 2016, quando o clima foi desfavorável. O ritmo de crescimento também já foi maior, tendo desacelerado nos últimos anos.
A abertura de novas áreas também obriga os produtores a estarem constantemente investindo em melhorias das condições de fertilidade do solo. “As áreas de expansão precisam de um investimento inicial maior para terem um potencial produtivo viável”, afirma Maschio. Ele observa, ainda, que o investimento com recursos próprios é limitado e os produtores buscam crédito com bancos estatais e privados.
Os produtores de soja do Piauí têm dificuldades em termos de capitalização desde a safra 2015/2016, quando todo o Matopiba sofreu quebra. “O produtor teve que renegociar os investimentos feitos no custeio daquela safra por 5, 7 e até dez anos. Desde então, ele vem arcando com este custo e isso tira a capacidade de investimento”, lamenta.
O crescimento anual dos custos de produção também tira a lucratividade da cultura. Os principais responsáveis pelo aumento são os fertilizantes. “Alguns produtores falam em não plantar tanto milho quanto normalmente devido é maior demanda daquela cultura pelo insumo. Essa possível opção pela soja é outro dos motivos que podem levar ao aumento da área plantada. Só teremos um cenário consolidado lá por janeiro”, diz o diretor executivo da Aprosoja-PI.
A expectativa para o plantio, que normalmente começam na segunda quinzena de outubro e terminam na segunda quinzena de dezembro, é de clima neutro, normal, favorecendo o andamento dos trabalhos. Maschio destaca que as chuvas nem outubro são irregulares e homogeneízam na primeira quinzena de novembro. Assim, a semeadura se concentra entre 15 de novembro e 15 de dezembro.
Fonte: Canal Rural