A comercialização antecipada da nova safra também não está evoluindo. Segundo a Faemg, por conta dos custos logísticos envolvendo a tabela de frete
Minas Gerais deve cultivar uma área na casa dos 1,58 milhão de hectares com soja nesta temporada 2019/2020, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg). Esse montante é praticamente igual a cultivada no ano passado, já que o estado não possui muitas áreas propícias para expansão da cultura.
“O estado não possui muito espaço para abertura de áreas. A novidade, neste ano, foi a antecipação do fim do vazio sanitário de 1 de outubro para 15 de setembro, o que já possibilitou o cultivo nas áreas irrigadas, que correspondem a cerca de 8% da área total prevista para ser plantada no estado”, comenta o analista de grãos da entidade, Caio Coimbra.
Ele destaca que a expectativa é colher 5,07 milhões de toneladas de soja em Minas Gerais, com uma produtividade de 3.222 quilos por hectare, levando em conta as projeções da Conab, números similares à temporada anterior.
“Ainda não foi possível iniciar o plantio de sequeiro, uma vez que as precipitações não ocorreram em bom volume. A expectativa, se boas chuvas se confirmarem neste mês, é de que o plantio possa iniciar na segunda quinzena de outubro, dentro da janela normal de cultivo. A tendência é de que as condições climáticas sejam normais nesta safra”, diz Coimbra.
O analista informa que os produtores têm relatado custos de produção mais elevados neste ano, puxados pelos fertilizantes, que subiram de 5% a 10%. Em termos de acesso a crédito, a oferta está mais limitada neste ano, com as instituições fazendo vendas casadas na base de troca. “As margens estreitaram bastante, mas ainda oferecem rentabilidade ao produtor”, comenta.
No que tange à venda antecipada de soja, a comercialização se mostra mais travada neste ano por conta dos custos logísticos envolvendo a tabela de frete. Mesmo assim o horizonte no médio prazo é bastante interessante, pois pode haver um consumo mais efetivo de soja por parte do segmento da suinocultura. “Também o prolongamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China pode favorecer um incremento do consumo da oleaginosa brasileira pelos chineses”, diz.
Fonte: Canal Rural