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Como o AgroNordeste quer impulsionar a produção na região mais castigada do país
Notícia
Publicado em 03/10/2019

Programa lançado esta semana pretende incrementar a renda dos produtores entre 20% e 50% entre 2019 e 2020

Castigada pela seca e carente de infraestrutura, a Região Nordeste do Brasil recebeu esta semana uma notícia que deve impulsionar a produção agropecuária local. Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, na última terça-feira (1º), a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, lançou o AgroNordeste, plano de ação para desenvolver econômico e socialmente sustentável o meio rural da região. O evento contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro. 

A meta do programa é incrementar a renda dos produtores entre 20% e 50% no médio prazo. As ações planejadas são: ampliar a assistência técnica, o acesso e a diversificação de mercados, fortalecer as organizações de produtores, dar garantia à segurança hídrica e o desenvolvimento de produtos com qualidade e valor agregado.

O plano é um esforço conjunto do governo federal com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar),  o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco do Brasil.

De acodo com o Sebare, aproximadamente 25.602 mil pequenos negócios rurais e urbanos serão contemplados no período de 40 meses. Os segmentos prioritários são: caprinos e ovinos, fruticultura, apicultura, bovinocultura de leite, bovinocultura de corte, avicultura, piscicultura, horticultura, suinocultura, cachaça, mandiocultura, cafeicultura. "Serão abrangidos os nove estados do Nordeste, 59 territórios, 526 municípios, dos quais 229 estão no semiárido nordestino" diz o comunicado da instituição.

O papel do Sebrae será difundir o conhecimento especializado e tecnologias para o fortalecimento técnico de pequenos negócios. "O empreendedorismo será estimulado por meio da identificação de oportunidades nas cadeias, possibilitando a inclusão produtiva do jovem no campo e a valorização de gênero. A disseminação de inteligência estratégica será feita com base no potencial de produção, produtos, mercado, agroindústrias e tendências de consumo. A instituição também se propõe a fortalecer a transformação digital no agronegócio, bem como estimular redes de cooperação", diz.

Cada território terá pelo menos um município-polo, que será definido em função do melhor local para execução do projeto. No polo será implantado o Escritório Local de Operações (ELO), que reunirá representantes do Ministério da Agricultura e das entidades parceiras na execução do AgroNordeste. Até 2021, o programa deverá chegar a 30 territórios.

As cidades escolhidas foram: Médio Mearim (MA), Alto Médio Canindé (PI), Sertões do Crateús e Inhamuns (CE), Vale do Jaguaribe (CE), Vale do Açu (RN), Cariri Paraíba (PB) e Moxotó (PE), Araripina (PE), Batalha (AL), Sergipana do São Francisco (SE), Irecê e Jacobina (BA), Januária (MG) e Salinas (MG). 

Desenvolvimento do programa

A escolha dos territórios levou em conta clima, solo, recursos naturais, situação agrária, agropecuária, de infraestrutura e socioeconômica das localidades. O programa foi desenvolvido a partir do estudo das cadeias produtivas que têm relevância socioeconômica e potencial de crescimento na região, identificando os entraves para o seu desenvolvimento e as soluções possíveis.

Há dois meses, o programa teve início experimental há no território do Cariri Paraibano e Moxotó Pernambucano, regiões que abrangem 39 municípios nos dois estados. A principal atividade produtiva da região é a ovinocaprinocultura.

Nesse período, a equipe técnica entrevistou os criadores para saber quais eram os principais desafios para elevar a renda e a produção. Segundo o diagnóstico, os produtores, por causa da falta de titulação da terra e do Cadastro Ambiental Rural, têm dificuldades em ter acesso a crédito, além de déficit de assistência técnica e de dependência de programas governamentais para venda da produção e dificuldades na comercialização. 

Fonte: Revista Globo Rural

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