Os aumentos no preço da cebola, no entanto, foram menores do que os observados em julho
A cebola foi a única hortaliça que manteve tendência de alta nas cotações no mês de agosto nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País. O levantamento é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta quinta-feira (19/9), o 9º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) e que considera, além da cebola, outros quatro produtos (cenoura, tomate, batata e alface) com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Os aumentos no preço da cebola, no entanto, foram menores do que os observados em julho, variando entre 1,08% na Ceasa/RJ - Rio de Janeiro e 19,98% na Ceasa/ES - Vitória. Para o tomate, a queda de preço foi unânime e significativa nas nove Ceasas estudadas, variando em termos porcentuais, entre 18,58% na Ceasa/PR - Curitiba e 52,17% na Ceasa/ES - Vitória.A queda de preço da batata foi mais expressiva na Ceagesp - São Paulo (11,7%), na Ceasa/CE - Fortaleza (9,43%) e na Ceasa/RJ - Rio de Janeiro (9,02%).
"A queda pontual em julho e em agosto teve influência direta da intensificação da colheita da safra de inverno, que abastece os mercados atualmente", explica a Conab, no boletim.No caso da alface, a queda de preço também foi significativa em agosto. Apenas na Ceasa/DF - Brasília, o preço se manteve estável.
A maior queda ocorreu na Ceagesp - São Paulo (34,41%) seguida das Centrais de Abastecimento de Curitiba (33,60%), de Goiânia (18,50%), de Recife (13,48%), do Rio de Janeiro (13,02%) e de Vitória (10,61%). No mercado de cenoura, somente na Ceasa/CE - Fortaleza o preço subiu em porcentual discreto (2,32%). Nas demais, as quedas foram significativas. O maior declínio de preço foi na Ceasa/RJ - Rio de Janeiro (30,36%), seguida da Ceagesp - São Paulo (26,53%).
Frutas
No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).Conforme a Conab, a laranja apresentou preços mais controlados, muito por causa da absorção da variedade pera pela indústria produtora de suco, o que fez com que a oferta não fosse maior no varejo e pressionasse as cotações.
"As laranjas tardias, principalmente a variedade valência, começam a ter a oferta intensificada na segunda quinzena de setembro, o que pode forçar a queda de preços da variante pera em outubro", prevê a estatal. A maçã registrou pouca variação em agosto, na oferta e nos preços, em virtude da oferta controlada Por causa da utilização das câmaras de refrigeração pelos classificadores. "A volta às aulas aqueceu levemente a procura por maçãs miúdas, principalmente da variante fuji", diz a Conab, no boletim.
A melancia passou por uma janela de oferta em Uruana (GO) e no Tocantins. "Isso fez com que os preços se elevassem em alguns entrepostos atacadistas", explica. Atividades de plantio se iniciaram em Itápolis (SP), assim como em Arroio dos Ratos (RS). Já em Teixeira de Freitas (BA), o semeio começou lentamente. A oferta deve aumentar este mês.Segundo a Conab, a banana teve alta de preços na maioria das Ceasas conjugada com oferta em queda da banana nanica e também da banana prata, só que em intensidade menor do que a primeira.
"A banana nanica teve carregamentos de menor qualidade, e espera-se que a oferta aumente a partir de outubro, enquanto que a variante prata teve seu ciclo de desenvolvimento atrasado em decorrência do calor no primeiro semestre", diz a Conab.
O mamão registrou trajetória de queda de preços na maioria dos entrepostos atacadistas, tanto do tipo formosa quanto para o papaia, só que para o último a queda foi mais intensa. O amadurecimento por causa do calor somado à demanda estagnada resultaram na queda das cotações. Em vários carregamentos do mamão formosa os frutos estiveram cheios de manchas fisiológicas, por conta do calor.O levantamento é feito mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do País, nos Estados de SP, MG, RJ, ES, PE e CE.
Fonte: Revista Globo Rural