O relatório do USDA fortaleceu as cotações internacionais, provocando ajustes nos portos brasileiros. Mas será que esse movimento vai continuar?
O mercado internacional de milho foi pautado na última semana pelo relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado na quinta-feira, 12. O órgão trouxe novas projeções para as safras americana e global, o que se refletiu nos preços da commodity.
Para nortear o produtor nesta semana, o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias elencou os principais fatos que merecem atenção por terem potencial para mexer com as cotações.
- O movimento de alta deflagrado na Bolsa de Chicago após o relatório é consequência do corte de produção estimado. Os Estados Unidos devem colher cerca de 350,51 milhões de toneladas de milho na temporada 2019/2020, ante os 353,1 milhões de toneladas indicadas em agosto. O mercado apostava em 345,81 milhões de toneladas;
- A produtividade média foi estimada em 4,7 milhões de toneladas, ante os 4,31 milhões de toneladas projetadas no mês passado e os 4,23 milhões de toneladas previstas pelo mercado;
- O mercado também repercutiu alguns eventos sobre a guerra comercial. O governo dos EUA adiou, de 1º para 15 de outubro, o aumento nas tarifas aplicadas sobre US$ 250 bilhões em produtos importados da China, que passaria de 25% para 30%, o que aumenta o otimismo em torno de um acordo parcial;
- O país asiático, por sua vez, suspendeu as tarifas adicionais impostas sobre determinados produtos agrícolas norte-americanos, com destaque para soja e carne suína, ressaltando que as tarifas anteriores ainda estão em vigor;
- As autoridades de ambos os países agendaram uma reunião para o início de outubro. Apesar dos sinais de boa vontade um acordo total segue distante, avaliando a complexidade de alguns tópicos abordados, a começar pelas questões que envolvem propriedade intelectual e transferência forçada de tecnologia;
- No mercado doméstico, a paridade de exportação norteia o mercado neste momento. Com a alta de Chicago no fim da semana, houve espaço para reajustes nos portos. As indicações em Santos (SP) e Paranaguá (PR) foram posicionadas entre R$ 37 a R$ 37,50 por saca de milho para outubro;
- Em diversos estados, o produtor tem optado pela retenção como estratégia. De maneira geral o fluxo de negócios foi pouco representativo ao longo da semana;
- Problemas de armazenamento seguem comuns no Centro-Oeste do país, com ênfase em Goías e Mato Grosso.
Fonte: Canal Rural