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Cientistas criam protetor solar sustentável à base de castanha de caju
20/08/2019 08:54 em Notícia

Pesquisa descobriu que alguns compostos criados pelo resíduo da castanha tinham qualidade similares de absorção de raios UV para ingredientes comerciais

Cientistas da Universidade de Witwatersrand, em Johannesburg, na África do Sul, desenvolveram um protetor solar que ajuda na preservação do meio ambiente feito a partir das cascas da castanha de caju.

Com a colaboração de cientistas da Alemanha, Malásia e Tanzânia, eles têm usado as cascas de castanha de caju para produzir ingredientes com potenciais promissores para a fabricação de protetores solares mais sustentáveis.

A castanha de caju comestível é apenas uma parte da fruta, que é envolta em uma casca dura que fica abaixo do pseudofruto (polpa). Uma vez extraída a castanha comestível, as cascas são normalmente descartadas.

A pesquisa, que buscou trazer uma utilidade sustentável para esse resíduo, descobriu que alguns compostos criados a partir do líquido do caju tinham qualidades similares de absorção de raios UV para ingredientes comerciais de proteção solar, como a oxibenzona.

Quatro dos produtos químicos criados satisfizeram os requisitos para pesquisas futuras, além de serem “estabilizadores de emulsão”, característica que poderia torna-los mais fáceis de misturar em produtos finais.

Em um comunicado, o professor Charles de Koning, da Escola de Química da Universidade, explicou que a equipe de "cientistas verdes" tinha como objetivo "encontrar uma maneira de produzir novos absorvedores de UV a partir de castanhas de caju como um recurso não-comestível de carbono biorrenovável", para afastar-se de produtos químicos que usavam combustíveis fósseis em sua produção.

Embasada em estudos recentes que mostram que alguns dos protetores solares estavam sendo absorvidos na corrente sanguínea dos usuários, a FDA (Food and Drug Administration, siga em inglês) anunciou que iria apertar as regulamentações desses produtos a partir deste verão.

Além da preocupação com a saúde dos consumidores, a vigilância nos protetores solares está maior porque são normalmente fabricados a base de petroquímicos e têm baixa biodegradabilidade, afetando também a vida marinha.

Testes adicionais serão realizados para observar o impacto desse novo filtro solar na saúde humana e na vida marinha para que possa ser aprovado para uso em produtos comerciais.

Fonte: Revista Globo Rural

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