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Rabobank: melhora acentuada das cotações de café deve ser limitada no 2º semestre
18/06/2019 09:15 em Notícia

A queda das cotações do grão tem provocado diminuição de investimentos nos cafezais da América Central e África, podendo prejudicar a oferta mundial na safra 2019/20

O segundo semestre de 2019 promete ser desafiador para os produtores de café. Uma acentuada melhora nas cotações internacionais do produto deve ser limitada pelo superávit global da safra 2018/19, considerando as produções recordes do Brasil e do Vietnã, além da expectativa de uma boa oferta brasileira em 2019/20 e bons padrões climáticos na Ásia. A avaliação é do Rabobank, em relatório trimestral sobre commodities agrícolas.

O Rabobank projeta cotações do café por volta de 100 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) neste ano. "No segundo semestre, a florada da safra 2020/21 brasileira e pré-colheita da safra 2019/20 vietnamita podem trazer novos fundamentos ao mercado", diz o banco.

A queda das cotações do grão tem provocado diminuição de investimentos nos cafezais da América Central e África, podendo prejudicar a oferta mundial na safra 2019/20. "Apesar do crescente consumo global, em média 3,5 milhões de sacas por ano, o excesso de oferta permite que os estoques internacionais permaneçam em níveis confortáveis", acrescenta o banco.

Nos próximos meses, o preço do café deve permanecer volátil. O Rabobank cita, entre outros fatores, as dúvidas sobre o rendimento (litros de café cereja para produzir 1 saca de 60kg beneficiada), qualidade da bebida e a possibilidade de geada nos cafezais. Esse quadro, informa o banco, causa instabilidade nas posições dos fundos não-comerciais na Bolsa de Nova York, que recentemente diminuíram sua participação. "Uma valorização do real em relação ao dólar, pode provocar impacto positivo nos preços de café no curto prazo", salienta o banco.

O Rabobank destaca, ainda, que apesar das recentes chuvas, a colheita da safra brasileira 2019/20 brasileira continua em bom ritmo. O Rabobank espera que sejam colhidas 57,6 milhões de sacas, das quais 38,1 milhões de sacas do tipo arábica. "Uma boa safra para um ciclo bienal negativo", diz o banco.

Conforme a instituição financeira, um dos pontos que vem ganhando relevância na atual colheita brasileira é a maturação desuniforme dos grãos e, em especial, as recentes chuvas, que começam a provocar impacto negativo na qualidade da bebida. Caso este cenário se confirme ao longo da safra, é previsto um incremento nos prêmios por cafés de melhor qualidade no mercado doméstico e um aumento na demanda por cafés lavados no mercado internacional.

Fonte: Revista Globo Rural

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