As novas cultivares clonais desenvolvidas pela Embrapa reúnem vantagens das variedades conilon e robusta
Os cafeicultores da Amazônia Ocidental e do noroeste do Mato Grosso terão, pela primeira vez, a oportunidade de cultivarem cultivares clonais individuais de café. Lançada pela Embrapa Rondônia, a nova tecnologia para estas regiões possibilita os produtores saberem a compatibilidade entre os clones, podendo escolher cada material com as características desejadas: produtividade, qualidade da bebida, resistência à pragas e doenças, etc.
Normalmente, para produzir frutos, o café da espécie Coffea canephora (variedades robusta e conilon) necessita de plantas com perfis genéticos, o que obrigava aos agricultores a plantas diversos materiais para aumentar as chances de cruzamento e atender às suas necessidades. Além disso, existia o risco de cultivar clones não compatíveis, que não produzem frutos.
As novas cultivares clonais desenvolvidas pela Embrapa reúnem as vantagens das variedades conilon e robusta. Enquanto as plantas do café conilon apresentam características vantajosas geneticamente para a produção como porte baixo e maior resistência à seca, o robusta apresenta aspectos complementares como maior vigor vegetativo e grãos maiores. Os novos híbridos mostraram alta produtividade de café beneficiado, resistência à ferrugem e ao nematoide das galhas, boa qualidade de bebida e adaptação às condições edafoclimáticas da região amazônica.
Cerca de metade dos 72 mil hectares plantados de café na região tem potencial de renovação, elevando a demanda por novos clones e mais produtivos. Estima-se que, com uma densidade de três mil plantas por hectare, seriam necessárias 108 milhões de mudas, apenas para a renovação da área atualmente cultivada em Rondônia, sem considerar a instalação de novos plantios.
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nos últimos 19 anos, a produtividade na área cresceu 329%, embora a área tenha reduzido 77%. Na safra 2019, a Conab estima que a produtividade alcance 32,8 sacas (60 kg) por hectare, totalizando uma produção estimada em 2,1 milhões de sacas.
Fonte: Revista Globo Rural