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Bahia: o agronegócio supera a indústria
25/03/2019 08:29 em Notícia

A vocação econômica da Bahia sempre esteve ligada ao campo. E, ao longo da história, o dinamismo da economia baiana sempre esteve fundado em produtos agrícolas e agropecuários. Mas, a partir dos  anos 50, com a implantação da Petrobras e da política de incentivos fiscais, a Bahia industrializou-se e passou a se destacar na economia nacional como um estado industrial, detentor de um polo petroquímico de peso,  fábrica de automóveis, pneus, bebidas e  indústrias de todo tipo. Com isso, o setor industrial tornou-se o mais importante setor produtivo do estado e chegou a representar 27% do PIB baiano, enquanto o setor agropecuário contribuía com apenas de 8% do produto.

A indústria tornou-se, então, a menina dos olhos da economia baiana, mas a participação da agropecuária estava subestimada e não refletia a verdade econômica da Bahia, um estado onde mais de 2 milhões de pessoas trabalham no campo e outras tantas trabalham em cidades que giram em torno do agronegócio. O problema é que o PIB da agropecuária só contabilizava o que era produzido na agricultura e na pecuária, deixando de lado os insumos utilizados, as indústrias que consomem e beneficiam produtos agrícolas e pecuários e as relações entre o negócio agrícola e o setor de transportes, comércio e serviços.

Pois bem, quando se ampliou o cálculo, e se incluiu toda a rede econômica que gira em torno do campo, surgiu o PIB do Agronegócio na Bahia que, em 2017, atingiu o montante de R$ 60,7 bilhões, representando 23,5% do PIB,  o dobro do produto gerado na atividade comercial e superior  ao PIB industrial, que representou apenas 22,2% neste ano. O agregado foi calculado pela SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais e os números demonstram que, entre 2014 e 2017, período de forte recessão, enquanto todos os setores da economia despencavam, o PIB do agronegócio saltou de R$ 47 bilhões para R$ 60 bilhões, crescimento que faria inveja à China.

E hoje são produtos provenientes do agronegócio, como a produção de soja e a celulose, que lideram as vendas externas da Bahia; é a produção de grãos que movimenta os portos e é a receita gerada no agronegócio que dá dinamicidade à cidades como Barreiras, Luís Eduardo, Juazeiro, Feira e tantas outras. Não é de estranhar que seja assim, afinal o agronegócio na Bahia tem uma diversidade impressionante e aqui, efetivamente, em se plantando tudo dá: fruticultura, grãos, café, florestas, pecuária, cacau, especiarias e muito mais. E não fosse a seca, que castiga o bioma da Caatinga e de outras regiões, a Bahia teria um agronegócio mais pujante ainda. A participação do agronegócio e da indústria no PIB se sobrepõe em alguns segmentos, mas pode-se afirmar que o agronegócio é responsável na Bahia por ¼ de toda riqueza gerada e que essa é a nossa vocação.

Fonte: Matopiba Rural

 

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