A quebra registrada na primeira safra elevou as cotações aos R$ 300, mas há quem consiga negócios acima dos R$ 400
Quem preferiu plantar feijão no lugar da soja e do milho está animado com as altas nos preços. Com a queda de 20% na produção da primeira safra, de 1,28 milhão para 1,24 milhão de toneladas, a saca está sendo negociada acima dos R$ 300.
Esse é o caso do produtor Celso Ventura, de Itapetininga (SP), que identificou o movimento do mercado em dezembro. Ele não perdeu tempo e plantou feijão em vez de soja. “Vendemos no fim do ano passado a R$ 150 por saca. Hoje, estão falando de R$ 415. Ainda que seja R$ 400 fica um preço bem melhor”, conta. Ele foi o único na vizinhança a optar pela cultura, que há quatro safras acumulava desvalorizações.
A analista de mercado da MBAgro, Ana Laura Menegatti, explica que o momento é de maior oferta, já que toda a primeira safra foi colhida. “Existe uma questão do ‘limite de alta’ que o consumidor aceita para o produto comprado. Agora, a questão é equilibrar oferta e demanda”, diz.
Com as cotações em alta, a produção da segunda safra de feijão deve aumentar 7%, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ana Laura diz que, se a colheita da segunda temporada for volumosa, a tendência é de leve queda. Mas ela traz uma boa notícia: mesmo com a concretização deste cenário, as médias de preço devem ser maiores do que as do ano passado.
Enquanto isso, Ventura segue na expectativa de lucrar. Se a chuva colaborar com o enchimento do grão, a colheita começa em cerca de 15 dias. “O preço que está hoje é o sonho do produtor que nunca chega. Desta vez, vai dar certo”, torce.
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Fonte: Canal Rural