No mercado de ovos, a recuperação dos preços está em ritmo lento, de acordo com os pesquisadores do Cepea
Os preços do frango vêm acentuando a queda neste mês, apontam os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base no Estado de São Paulo. O produto congelado desvalorizou 6,89% até a quinta-feira (24/1), quando fechou a R$ 4,19 o quilo. O produto resfriado teve retração de 7,73% no período, chegando a R$ 4,18 o quilo.
“Os valores da carne de frango estão em queda no mercado brasileiro, influenciados pelo típico desaquecimento da demanda em início de ano, devido à redução no poder de compra da população”, diz a instituição, em nota.
Embora tenha sido divulgada nesta sexta-feira (25/1), a nota não menciona eventuais efeitos da decisão do governo da Arábia Saudita, que, nesta semana, descredenciou 33 plantas frigoríficas do Brasil, cinco das quais com participação nos volumes de carne de frango embarcados para o país. Com isso, 25 unidades permanecem autorizadas a exportar para o mercado saudita.
Apesar da queda dos preços da carne de frango no mercado interno, o produto diminuiu a sua competitividade em relação à carne suína. De acordo com o próprio Cepea, baseado no atacado da região metropolitana de São Paulo, a carcaça suína especial acumula desvalorização de 8,81% até quinta-feira (24/1), quando fechou a R$ 5,90.
A situação é diferente quando se faz a relação com o bovino, contra o qual a competitividade do frango aumentou. O Cepea explica que os preços da carcaça bovina no atacado paulista em janeiro vem refletindo a menor liquidez no mercado neste início de ano.
Mas os valores ainda se sustentam e superam os do boi gordo. Na parcial de janeiro, até o dia 23, a carcaça casada era negociada, em média, a R$ 158,55 por arroba. O animal vivo estava a R$ 152,04 por arroba no mesmo período conforme o indicador com base também no mercado paulista.
“Em 2018, esse cenário (para a carne bovina) foi observado durante quase todo o ano, refletindo, principalmente, a menor oferta de animais no campo, o bom desempenho das exportações de carne in natura (que foram recordes) e, mais especificamente no final do ano, a maior demanda doméstica no período de festas”, analisam os pesquisadores, em nota divulgada nesta semana.
Ovos
O mercado de ovos também tem menor liquidez neste início de ano. O Cepea avalia que a demanda está menos aquecida, o que é típico dessa época. E, com as temperaturas mais altas, aumenta a disponibilidade de ovos de menor tamanho, menos procurados pelos consumidores.
Diante desse cenário, a referência medida com base no município de Bastos (SP), registrou forte queda nos primeiros dias de janeiro, mantendo o verificado em dezembro de 2018. Entre os dias 2 e 4 janeiro, o ovo branco caiu 24,92%, chegando a R$ 45,30 a caixa com 30 dúzias, em média. O vermelho teve baixa de 16,10%, a R$ 56,02 a caixa, em média.
Nas semanas seguintes, no entanto, o indicador variou para cima. Na parcial mais recente, entre 14 e 18 de janeiro, a caixa de 30 dúzias do ovo branco foi negociada, em média, a R$ 59,71 (+22,93%) e a do ovo vermelho registrou valor médio de R$ 71,96 (+21,70%).
Ainda assim, no caso do ovo branco, a parcial de janeiro até o dia 24 é de R$ 54,40 a caixa, a menor para o mês desde 2015, quando os pesquisadores chegaram à média de R$ 46,89 a caixa.
“A lentidão na recuperação dos preços dos ovos é reflexo das dificuldades enfrentadas pelo setor no segundo semestre de 2018, quando as desvalorizações foram muito acentuadas”, diz o Cepea, em nota, sexta-feira (25/1).
Fonte: Revista Globo Rural