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Cotações do milho sofrem com frete, soja e uso de tecnologia
Notícia
Publicado em 21/11/2018

Por outro lado, os preços no mercado externo podem aumentar nos próximos meses

O preço do milho negociado na Bolsa de Chicago (CBOT) pode chegar a US$ 4 por bushel em meados de 2019, afirma o analista Victor Ikeda. O especialista justifica a perspectiva dizendo que há uma demanda muito forte por parte das indústrias norte-americanas de proteína animal e de etanol de milho. “Isso resulta em estoques americanos ainda pressionados no ciclo 2019/2020, o que daria esse certo suporte aos preços”, explica.

No Brasil, as exportações seguem lentas. Entre janeiro e outubro, os embarques somam 17 milhões de toneladas, diz Ikeda, contra 22 milhões de toneladas enviadas no mesmo período do ano passado.

Segundo o analista, o milho perdeu lugar nas vendas para a soja, que teve sua janela de vendas alongada em função da guerra comercial entre China e EUA. A disputa entre as duas potências interrompeu as exportações de soja norte-americana para o território chinês e aqueceu a procura pela produção brasileira.

Desafios e perspectivas

Para o analista de mercado José Hausknecht,  o tabelamento do frete tem complicado o escoamento do milho nas principais regiões produtoras, como MT. “Essa dificuldade no escoamento da safra brasileira está fazendo com que as exportações sejam muito menores, o que acaba aumentando a disponibilidade de produto no mercado interno”, diz.

A previsão é de que o preço do milho se mantenha estável ou até mesmo comece a cair, porque a safra precisa dar lugar nos estoques à soja que vai chegar.

Hausknecht afirma que não era esperado estoques de passagem tão elevados, mas isso foi gerado pelo tabelamento. Até fevereiro, quando termina a safra de milho, os estoques brasileiros devem atingir 16 milhões de toneladas.

Reflexos no mercado interno

Com menos embarques, a oferta aumentou no mercado interno, o que motivou a queda dos preços domésticos.

Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), apontam que, em setembro, o preço da saca de 60 quilos passou de R$ 40,90 para R$ 34,17 em São Paulo.

Em Mato Grosso, informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que a saca começou setembro sendo negociada a quase R$ 23. No final de outubro, valia R$ 19,64.

Fonte: Canal Rural

 

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