Expectativa do setor é que queda em novembro e dezembro seja maior, podendo chegar aos patamares registrados em 2016, em termos reais
O preço do leite entregue em setembro e recebido pelo produtor em outubro registrou queda pelo segundo mês consecutivo. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a “média Brasil” líquida do mês foi de R$ 1,4401 o litro, recuo de 2,4% em relação ao mês anterior. Ainda assim, o preço médio de outubro ficou 37,6% acima da do mesmo mês de 2017. No acumulado de janeiro a outubro, o preço ao produtor registra alta de 39,3%, em termos reais.
A diminuição das cotações em outubro continuou atrelada ao consumo enfraquecido de lácteos, que, por sua vez, esteve associado à lenta recuperação econômica e aos elevados patamares de preços. Segundo agentes consultados pelo Cepea, indústrias e atacados ainda precisam praticar promoções para assegurar liquidez.
O leite longa vida (UHT) negociado entre indústria e mercado atacadista do estado de São Paulo se desvalorizou 4% entre setembro e outubro (a média deste mês considera até o dia 29). Apesar das vendas fracas, colaboradores relatam que os estoques estão baixos, o que limitou o movimento de queda neste mês – vale lembrar que, de agosto para setembro, o recuo foi de 6,6%.
Além disso, com o retorno das chuvas, a disponibilidade de pastagens se elevou e favoreceu a produção em muitas bacias leiteiras – o que também pressionou as cotações no campo. Apesar do crescimento do volume disponível, a oferta ainda segue enxuta, sem excedentes consideráveis para ‘inundar’ o mercado. Por esse motivo, a competição entre as indústrias de laticínios impediu quedas mais intensas de preços neste mês.
O índice de captação leiteira do Cepea registrou alta de 2,8% na “média Brasil”.
Tendência
Para o setor, a perspectiva é de que o movimento de desvalorização continue nos próximos meses. O aumento da oferta deve pesar mais no processo de formação de preços já em novembro, com a consolidação do período de chuvas e melhoria das pastagens.
Assim, colaboradores do Cepea esperam maior intensidade na queda das cotações para novembro e dezembro, podendo chegar aos patamares registrados em 2016, em termos reais.
Fonte: Canal Rural