Segundo extensionista rural, a técnica se aplica perfeitamente à realidade das pequenas propriedades, aproveitando terras pouco produtivas
Cansada da vida de artesã, Ineldes Gonçalves decidiu ganhar a vida com o cultivo de ervas medicinal, na área rural de Brasília (DF). Ela faz parte de um grupo local especializado nesta produção. Atualmente, são 94 espécies catalogadas.
O plantio de ervas medicinal pode ser uma alternativa para áreas pouco produtivas, como é o caso da propriedade da agricultora. Os 2,5 hectares têm relevo bastante acidentado e o solo é muito pedregoso. Diante dessa realidade, ela apostou em mudas com substrato. A atividade já representa um incremento de renda importante. “Bem rentável, graças a Deus! Muito trabalhoso, mas a gente colhe os frutos”, diz.
Nos vasos, os produtores usam uma mistura de matéria orgânica, areia e terra. A quantidade de cada material varia de acordo com as necessidades da planta. De acordo com Gilmar Batistela, extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo do Distrito Federal (Emater-DF), a técnica se aplica perfeitamente a pequenas propriedades.
A agricultora afirma que a produção é um grande exemplo de sustentabilidade. “Produzimos e consumimos coisas naturais e também temos o benefício de viver bem e aproveitar o retorno desse trabalho”, conta.
Ensinando a vender
Além de assistir tecnicamente, a Emater também oferece orientações comerciais, para promover o consumo das plantas medicinais. Batistela explica que as pequenas produções podem não atender grandes supermercados sozinhas, com entregas semanais, mas grupos podem. “Se houver uma associação ou cooperativa que organize isso, com vários produtores abastecendo, ela consegue abastecer uma rede.”, afirma.
Limites
A maior parte das vendas de plantas medicinais é feita em feiras livres, mas o extensionista Yokowama Odaguiri alerta que os produtores não podem atuar como médicos e prescrever os medicamentos. “Para falar sobre uma erva medicinal, fazer uma indicação, você precisa ter conhecimento, porque muitas delas são contraindicadas na gravidez e as pessoas não sabem disso, na lactação. O que mais me admirou é que muitas mulheres aqui voltaram a estudar em função disso”.
Fonte: Canal Rural