Executivo da indústria explica quais os passos dados desde a adoção dessas práticas e o que foi determinante para os resultados
Ferramentas de agricultura de precisão fazem a usina São Manoel, localizada no interior de São Paulo, economizar R$ 1 milhão por safra, de acordo com Guilherme Guiné Pinto Ferreira, supervisor agrícola da empresa. Sem aumentar a frota de tratores nos últimos 10 anos, a indústria conseguiu dobrar a área de cultivo no período — hoje, moe 4,1 milhões de toneladas de cana. “Além disso, com o aprimoramento do controle da vazão nas aplicações de defensivos agrícolas, conseguiu-se uma redução de 1% no volume de aplicação do insumo”, disse.
Segundo Ferreira, os resultados foram possíveis graças a ganhos de eficiência na operação das máquinas, troca dos tratores por outros modelos mais adequados ao tipo de trabalho realizado, aos mecanismos de controle que possibilitam monitoramento 24 horas da operação, otimização do uso evitando o retrabalho, entre outras ações decorrentes da adoção da agricultura de precisão. Salienta ainda que antes de se adotar tais ferramentas, cogitava-se dobrar a frota.
O executivo da São Manuel relembra ainda que opção da empresa por técnicas de Agricultura de Precisão remonta ao ano de 2007 e que o início se deu por meio da instalação de piloto automático, controladores de vazão, computador de bordo nas máquinas, entre outras medidas.
O supervisor salienta que apenas as técnicas de agricultura de precisão não significam ganhos automáticos de eficiência e produtividade da lavoura. A seu ver, é necessário, entre outras coisas, operadores capacitados e treinados. “Lá na empresa temos uma máxima de que é necessário criar um meio para que a inovação aconteça. Nesse aspecto, já estamos evoluindo para modelos matemáticos, BigData e outros instrumentos que possibilitarão processar e tirar o máximo de dados acumulados nos últimos 10 ou 15 anos”, comenta.
Técnicas aplicadas na produção de grãos
Joel Raganin, produtor de grãos em Goiás, começou a utilizar práticas de AP em 2003 e tem conseguido grandes avanços. “Na safra 2003/2004, quando iniciamos a aplicação de técnicas em nossas culturas, tínhamos uma produção média de 49 sacas de soja por hectare. Hoje, nossa média está em 65 sacas por hectare. Em milho, saltamos de uma produção média de 90 sacas por hectare, para 130 sacas por hectares no mesmo período”, salientou.
Fonte: Canal Rural