Os preços do milho recuaram no mercado brasileiro nesta primeira sessão da semana, acompanhando a despencada do dólar registrada nesta segunda-feira (8), após uma reação do mercado financeiro ao resultado do primeiro turno das eleições presidenciais.
A força de Jair Bolsonaro frente ao candidato do PT Fernando Haddad, que definiu um segundo turno entre os dois, fez com que um otimismo e uma euforia tomassem conta do mercado financeiro e o dólar caiu 2,67% somente nesta sessão, para fechar com R$ 3,7541.
"O desempenho de Bolsonaro no primeiro turno o mantém como favorito na disputa, seja pela votação recebida --muito próxima dos 50 por cento-- seja pelo quadro das disputas nos Estados ou ainda pela equiparação de armas na campanha de segundo turno", escreveu a corretora XP investimentos, segundo a agência de notícias Reuters.
Dessa forma, as baixas na B3, a bolsa brasileira, variaram entre 0,51% e 1,08%, como foi o caso do vencimento janeiro/19, que terminou a segunda-feira valendo R$ 39,30 por saca.
No interior, as cotações também recuaram e as perdas chegaram a superar 5% em algumas praças de comercialização, como foi o caso de São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, onde o último preço ficou em R$ 28,00 por saca.
Já em Paranaguá, a referência no porto ficou estável nos R$ 38,00 por saca, sem alterações nesta segunda-feira. O mercado, afinal, além da baixa do dólar, olhou também para a estabilidade dos futuros do cereal na Bolsa de Chicago neste início de semana. Os atuais níveis base porto, porém, ainda estão distantes daqueles almejados pelos produtores para que efetivem novos negócios.
Segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado no Brasil deve retomar seu ritmo das exportações do cereal nas próximas semanas e essa demanda é o que deverá ser responsável por ditar o ritmo de andamento das cotações no Brasil.
Números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta segunda mostraram que, na última semana, as exportações brasileiras de milho somaram pouco mais de 1,036 milhão de toneladas. "Se continuarmos nesse ritmo, vamos fechar outubro com mais de 5 milhões de toneladas de milho exportadas em outubro", diz Brandalizze.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho fecharam o dia com estabilidade e registrando ligeiras baixas, entre 1,50 e 1,75 ponto nos principais contratos. O dezembro/18 fechou com US$ 3,66 e o março/19 com US$ 3,78 por bushel.
O mercado se manteve com movimentações bastante limitadas nesta primeira sessão da semana diante de um feriado nos EUA nesta segunda - de Columbus Day - mas em que as bolsas funcionam, e frente a uma falta de novidades que possam motivar movimentações mais intensas das cotações.
No radar dos traders permanecem as preocupações com as chuvas no Corn Belt - que ainda chegam em excesso e comprometem os trabalhos de campo - e os ajustes antes do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta quinta-feira, dia 11.
Além disso, a falta dos boletins de embarques semanais e de acompanhamento de safras que também não chegaram nesta segunda em função do feriado deixaram o mercado mais morno na CBOT.
Fonte: Notícias Agrícolas