Apesar da queda, o valor do UHT, considerado o carro chefe do mix de derivados lácteos gaúchos, segue acima dos parâmetros de anos anteriores
O preço do leite manteve trajetória de baixa no Rio Grande do Sul no mês de setembro. Segundo dados divulgados na reunião do Conselho de Produtores e Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/RS) , realizada nesta terça-feira, dia 25, o valor de referência do litro projetado para o mês é de R$ 1,1480, 3,78% abaixo dos R$ 1,1931 do consolidado de agosto.
Apesar da queda, o valor do UHT , considerado o carro chefe do mix de derivados lácteos gaúchos , segue acima dos parâmetros de anos anteriores. A reunião foi coordenada pelo presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, que reforçou a importância de manter remuneração digna ao produtor gaúcho.
O professor da UPF Eduardo Finamore pontua que, após o pico de valor nominal registrado em julho no Rio Grande do Sul, o leite teve dois meses de diminuição consecutiva em função da entrada da safra. “Contudo, temos, em valores acumulados de janeiro a setembro, o melhor preço médio nominal dos últimos tempos”, pontuou.
O economista ainda indica que, em termos reais com valores acumulados de janeiro a setembro corrigidos pelo IPCA, o valor do leite em 2018 está em seu pico com média acumulada anual de R$ 1,1220. Além disso, lembrou que, no campo, os produtores recebem acima do valor de referência do leite padrão em função de bonificações de qualidade e quantidade.
“O que estamos vendo é que, mesmo que alguns produtores estejam deixando a atividade, a produção segue crescendo. Isso mostra que quem fica está produzindo mais”, justifica o professor da UPF Marco Antônio Montoya.
“A produção já chegou no pico e o acesso de chuvas ajudará a retirar pressão do mercado pelo fim do aumento em volume na captação. Esse cenário demonstra que haverá pela frente uma estabilidade de preços no mercado consumidor”, afirma o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, pontuou a importância de equilibrar o mix de produção para estabilizar o mercado, hoje ainda muito concentrado no UHT. “A produção de leite em pó e queijos sempre ajuda a regular o mercado”, citou. Além disso, ressaltou a relevância de incentivar as exportações para garantir menores oscilações no mercado nacional.
Durante a reunião, os dirigentes também debateram a necessidade de qualificação constante da produção. O presidente da Apil, Wlademir Pedro Dall’Bosco, reforçou os avanços já obtidos e o caminho a ser percorrido. Pontuou a importância de estreitar relacionamento entre produtores e indústrias para qualificar produção e garantir maior rentabilidade à atividade.
Fonte: Canal Rural