Os dados fazem parte de um estudo inédito encomendado pela Abiove em parceria com a The Nature Conservancy com base em imagens de satélite
A área ocupada pela soja no Cerrado brasileiro, a principal região de produção do grão no país, atingiu em 2017 a menor taxa de desmatamento dos últimos 16 anos. Os dados são da Entre 2014 e 2017, 7% ao ano das novas áreas plantadas com soja cresceram em regiões de desmatamento.
Entre 2007 e 2013, essa fatia era de 18% ao ano e, entre 2001 e 2006, de 27% ao ano, aponta um estudo inédito encomendado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) em parceria com a The Nature Conservancy e elaborado pela Agro satélite, com base em imagens de satélite.
“Estamos na menor fase de desmatamento do Cerrado, a queda é expressiva e a tendência é de redução”, afirma o presidente da Abiove, André Nassar. Isso ocorreu, segundo a entidade, porque a expansão da soja está ocorrendo cada vez mais em áreas que já estão abertas. A tendência de redução do desmatamento ganha força também com aumento da produtividade das lavouras e a maior fiscalização.
De acordo com o estudo, entre 2014 e 2017 a soja ocupava 6,8% da área desmatada do Cerrado como um todo. Quando se leva em conta a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), essa parcela foi de 8,8% e, nos demais estados, a fatia da soja respondeu por 4% do total da região desmatada.
Nassar destaca que a soja no Cerrado poderia crescer sem necessidade de desmatamento nos próximos 50 anos, só incorporando áreas que já foram abertas. Segundo informações geoespaciais, existem no Cerrado 25,4 milhões de hectares de áreas abertas com alta aptidão para produção agrícola.
O Cerrado ocupa 204 milhões de hectares e é o segundo maior bioma do Brasil. Metade dessa área é ocupada por vegetação nativa e a outra metade está aberta. As fazendas de soja ocupam 19% do território total do Cerrado ou 39,1 milhões de hectares.
Deste total, 17 milhões de hectares são cultivados com soja, 10,5 milhões de hectares são de vegetação nativa nas fazendas e o restante, 11,6 milhões de hectares, são áreas já abertas e que podem ser aproveitadas para o cultivo da soja.
Fonte: Canal Rural