Agricultores do município de Campo Novo do Parecis, principal polo do grão no estado, estão animados com resultado da safra, com remuneração da cultura e com benefícios trazidos ao solo
A colheita de girassol começou em Campo Novo do Parecis (MT), principal município produtor do grão no Brasil. Os agricultores estão otimistas com a safra e com a remuneração, e afirmam que, por lá, a cultura está compensando mais do que o milho segunda safra.
O preço médio da saca de girassol na região tem girado entre R$ 65 e R$ 70. Os grãos produzidos em Campo Novo do Parecis vão para empresas de alimentos para pássaros e para uma indústria de óleo e farelo.
A procura pela semente tem valorizado a cultura na região. De acordo com a presidente do sindicato rural do município, Giovana Veke, quando a produção do grão ocorre sem problemas, ela é muito mais compensadora que a do milho segunda safra.
“São contratos fechados, em que você já sabe o tanto que você vai receber e quando, não fica nessa instabilidade financeira dependente da economia, do mercado exterior. Você consegue fazer um planejamento financeiro melhor do seu negócio”, diz ela.
A produtora Carina Kurtz Stefanelo conta que, mesmo com aumento de chuvas na região em fevereiro, a produtividade não foi afetada. “Está até um pouco acima das expectativas e estamos muito contentes”, diz. Ela espera que a produção por área fique em torno de 31 sacas por hectare, sete a mais do que a média colhida no ano passado.
Carina mantém uma lavoura de 2.100 hectares de girassol. Além do otimismo com os resultados, ela também se anima com a “herança” deixada pela cultura no solo. “A soja que vem depois também responde muito bem”, diz ela.
Antônio César Brólio também comemora os bons resultados alcançados com o grão. Ele já colheu 70% da área e aguarda que o restante da lavoura chegue ao ponto para dar sequência aos trabalhos. Até aqui, a produtividade média foi de 32 sacas por hectare.
A venda antecipada da produção por um preço satisfatório confirmou para Brólio que ele fez a melhor aposta para a segunda safra. “Nesta época, você não conseguiria ter um retorno no milho igual ao que a gente teve no girassol”, diz.
O produtor conta que cultiva girassol em consórcio com braquiária, o que renderia também melhor retorno para a cultura principal da propriedade, a soja. “A gente tem conseguido plantar a soja mais cedo, devido à palhada que está sendo mantida no solo, e isso exige menor investimento”, afirma Brólio.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a produção total de girassol em Mato Grosso deve saltar 73% nesta safra, saindo de 53 mil toneladas para 91,8 mil toneladas. Além do maior rendimento por hectare, a expansão das lavouras contribuiu para a elevação da produção total: de uma temporada para outra, a área evoluiu de 31,8 mil para 60,5 mil hectares.
Fonte: Canal Rural