As condições atmosféricas já provocaram perdas irreversíveis no Sudeste e no Centro-Oeste

O tempo no norte do Paraná e nas demais regiões produtoras do Centro-Oeste e Sudeste do país tem prejudicado a qualidade do milho segunda safra. As chuvas mais significativas concentraram-se entre o sul do Paraná e a região central do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram os 75 milímetros nos últimos dias.

As temperaturas também ficaram acima da média em todo o país, mesmo na região Sul, onde choveu ao longo da última semana. Dessa forma, houve um aumento da evapotranspiração em todas as regiões produtoras, agravando as condições de estiagem no Sudeste e Centro-Oeste e provocando perdas já irreversíveis nessas regiões.

Por outro lado, a condição de baixo volume de chuva e solo seco tem ajudado na colheita das áreas que já estão em maturação. Porém, com o atraso no plantio no início da safra e no desenvolvimento das plantas, no geral a colheita ainda está atrasada nas principais regiões produtoras do país.

No Paraná, até no final da semana anterior, apenas 2% da safra atual tinha sido colhida, 6% abaixo do realizado no mesmo período do ano passado. Além disso, a qualidade geral das lavouras vem caindo ao longo das últimas semanas.

Segundo o último boletim do Deral (Departamento de Economia Rural), apenas 29% das lavouras foram consideradas com boa qualidade no Paraná. O restante estava regular ou péssima. No mesmo período do ano passado, 89% das lavouras estavam em boa qualidade.

Em Mato Grosso, onde também vem sendo registrada perda na qualidade das lavouras, a colheita ainda está 8% abaixo do realizado na última safra, chegando na última semana a 21,3% de área colhida. Esse valor é próximo da média estadual dos últimos anos, de 22%.

Em Mato Grosso do Sul, a colheita também segue com atraso em relação à média estadual dos últimos 5 anos, que é de 4,7%. Até a última semana, haviam sido colhidas apenas 3,4% das áreas plantadas. A qualidade geral das lavouras é considerada boa segundo acompanhamento da Aprosoja-MS e Sistema Famasul, mas produtores vêm relatando perdas pela deficiência hídrica, principalmente na região centro-norte do estado.

Entre São Paulo, Triângulo Mineiro e sul e sudoeste de Goiás, a colheita ainda está iniciando, com poucas áreas colhidas e que, de uma forma geral, por terem sido plantadas mais no início da safra, tiveram pouco impacto da estiagem que vem atingindo as regiões. Porém alerta-se que perdas maiores ainda podem ser registradas nas áreas que ainda estão em fase final de enchimento de grãos.

Nos próximos dias, as chuvas devem diminuir no Sul do país, e o tempo deve ficar mais seco no Paraná e continuar sem chuvas em todo o Centro-oeste e Sudeste, reduzindo ainda mais a disponibilidade hídrica nas regiões produtoras de milho segunda safra.

Essas condições favorecem a colheita do milho em todas as regiões produtoras, mas, por outro lado, devem agravar a deficiência hídrica nas regiões que ainda estão com lavouras em fase de enchimento de grãos e perdas, mesmo que pontuais, já devem ser registradas desde o norte do Paraná até o nordeste do Mato Grosso.

Fonte: Canal Rural