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Soja: mercado já está de olho na supersafra brasileira
Notícia
Publicado em 26/03/2018

Confira as principais notícias sobre mercado agropecuário, câmbio e previsão do tempo para começar o dia bem informado 

A semana começa com os negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) atentos aos fatores que devem mudar os rumos dos preços da soja nos próximos dias. Segundo o analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Roque, além da seca que deve avançar na Argentina e o embate comercial entre Estados Unidos e China, a supersafra brasileira pode aparecer como fator importante.

Segundo o analista, players já entendem que parte das perdas na Argentina já podem ser compensadas por uma produção recorde no Brasil. Na sexta-feira, os contratos futuros em Chicago já fecharam com preços mais baixos.

A tensão comercial entre Estados Unidos e China manteve o mercado sob pressão na maior parte do dia. No final, os analistas corrigiram tecnicamente, reduzindo as perdas. Na semana, maio caiu mais de 2%.

Em um primeiro momento, a retaliação chinesa às medidas protecionistas americanas se restringirá à carne suína e frutas, no que diz respeito ao setor agronegócio. Mas o temor é que essas sanções atinjam também a soja.

Cerca de 60% das exportações americanas têm como destino a China. Mas a grande dúvida é se a fixação de uma sobretaxa às importações de produto dos Estados Unidos terá mesmo efetividade. Mesmo que a China compre toda a soja brasileira - o que é inviável - e ainda adquira 8 milhões de toneladas em outras origens sul-americanas, restaria ainda uma necessidade de cerca de 20 milhões de toneladas.

As exportações semanais americanas desta semana decepcionaram o mercado. As vendas líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2017/18, com início em 1º de setembro, ficaram em 759.000 toneladas na semana encerrada em 15 de março. O número foi 40% abaixo da semana anterior e 33% abaixo da média das últimas quatro semanas.

Para a temporada 2018/19, foram mais 140.000 toneladas. Analistas esperavam entre 700 mil a 1,6 milhão toneladas, somando as duas temporadas. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Brasil

Os preços da soja registraram apenas pequenas oscilações e sem tendência definida no mercado brasileiro na última sexta-feira. Chicago recuou e o dólar subiu, dificultando também a comercialização. Apenas 30 mil toneladas trocaram de mãos no Rio Grande do Sul. Demais regiões continuaram concentradas na colheita.

Boi

O feriado da Semana Santa facilitou o trabalho dos compradores, mas muitos frigoríficos já trabalham a estratégia de diminuir o ritmo de abate por conta do lento escoamento de carne. 

Segundo a XP Investimentos, a folga nas compras, inclusive, abre espaço para que novas referências de preços sejam testadas. Há também produtores que estão menos dispostos a segurar seus animais, visto que a previsão climática aponta ondas de frio e chuvas para o Brasil Central no início de abril. Estes eventos somados podem danificar significativamente as pastagens.

Milho

O milho em Chicago fechou com preços em alta na última sexta-feira (CBOT) para o milho fechou com preços em alta. O mercado vinha sendo pressionado pela tensão comercial entre Estados Unidos e a China, o que pode significar uma redução nas aquisições chinesas do milho norte-americano, como represália ao protecionismo dos Estados Unidos. Porém os ganhos do petróleo em Londres e Nova York favoreceram ganhos na CBOT, recuperando parte das perdas da semana. Na semana, a posição maio caiu 1,3%

As vendas líquidas norte-americanas de milho para a temporada comercial 2017/18, que tem início no dia 1o de setembro, ficaram em 1.470.200 toneladas na semana encerrada 15 de março. O número ficou 41% inferior ao da semana anterior e 23% abaixo da média em quatro semanas. 

Para a temporada 2018/19, ficaram negativas em 14.500 toneladas. Analistas esperavam de 1 milhão a 2,6 milhões de toneladas, somando as duas temporadas. As informações são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Dólar e Ibovespa

O dólar comercial fechou a negociação em alta de 0,27%, cotado a R$ 3,317 para compra e a R$ 3,319 para venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,2950 e a máxima de R$ 3,318. Na semana, o dólar registra elevação de 1,21%.

O Ibovespa encerrou em queda de 0,46%, aos 84.377,19 pontos. O volume negociado foi de R$ 10,324 bilhões.

Previsão do tempo

Sul

Uma massa de ar seco avança sobre o Rio Grande do Sul associada à uma área de alta pressão atmosférica e inibe a formação de nuvens carregadas na metade sul gaúcha, onde o tempo firme predomina. No entanto, nas demais áreas da região, a chuva segue persistente e ainda ocorre de forma intensa na região oeste do estado, no oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná. A temperatura fica mais amena em toda a região.

Sudeste

A massa de ar seco avança sobre o estado de Minas Gerais e, dessa vez, mantém o tempo firme no centro e oeste mineiro. Nas demais áreas da região, a chuva continua de forma abrangente ao longo do dia. Além disso, o risco para temporais segue concentrado nas áreas mais ao sul do estado de São Paulo. O calor continua em praticamente toda a região.

Centro-Oeste

A semana começa com poucas mudanças, ainda registrando pancadas de chuva na maior parte da região. Os maiores acumulados se concentram no noroeste do Mato Grosso, onde ainda não se descarta o risco para transtornos como alagamentos e deslizamentos de terra. Por outro lado, uma massa de ar seco se forma  no leste de Goiás e inibe a formação de nuvens carregadas, fazendo com que o tempo firme predomine ao longo do dia.

Nordeste

Uma massa de ar seco inibe a formação de nuvens carregadas no interior da Bahia e mantém o tempo firme. Nas demais áreas nordestinas, a chuva segue persistente em forma de pancadas porque o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis continua transportando ventos úmidos do oceano em direção à costa da região.

Norte

Instabilidades tropicais mantêm o tempo instável em toda a Região Norte do país. As pancadas de chuva ocorrem a qualquer hora do dia, especialmente no sul do Amazonas, leste do Pará e norte do Tocantins, onde os riscos para temporais são maiores.

Fonte: Canal Rural

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