Tratamento preventivo da lavoura e aplicação na dose correta de fungicidas detêm o potencial de destruição da doença, que pode comprometer 90% da produtividade
A agricultura é, por muitos, definida como uma “indústria a céu aberto”. Em função dessa característica, são inúmeras as variáveis que podem interferir no controle de qualquer praga ou doença que atinja determinada lavoura. Os produtores rurais sabem disso e não medem esforços, nem dinheiro, para reduzir os danos em suas plantações.
Presente no país desde a safra 2001/02, a ferrugem asiática é atualmente a que mais preocupa os agricultores, tamanho seu potencial de destruição, que pode comprometer até 90% da produtividade. “O investimento que os produtores fazem no controle das doenças da soja é da ordem de US$ 2,5 bilhões por safra, sendo que a ferrugem asiática responde por 70% desse montante”, calcula Marcelo Figueira, gerente de marketing de fungicidas da UPL do Brasil.
Ele explica que cada vez mais produtores fazem o controle adequado da doença. Resultado de uma comunicação intensa por parte do Ministério da Agricultura, de organizações e da indústria.
“Todo ano são realizadas centenas de palestras para capacitar o produtor. Além disso, existem vários sites, como o consórcio antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net), e aplicativos que informam todos os aspectos da doença”, diz Figueira. A própria UPL lançou, em parceria com a Bayer, a campanha “O Brasil contra a ferrugem”, que tem por finalidade a melhoria do manejo de resistência do fungo que causa a doença.
Desde a safra 2016/17 a recomendação quanto ao uso de inseticidas é de que sejam aplicados em combinação um fungicida de sítio específico e um multissítio. “Se os fungicidas forem utilizados da forma correta, nas doses recomendadas, isso não implicará em mais gastos ou mais aplicações, uma vez que a finalidade do multissítio é potencializar a eficiência das três aplicações recomendadas para controlar o complexo de doenças da cultura”, diz Figueira.
O pesquisador Erlei Reis, professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), explica que os fungicidas dos três grupos - triazóis, estrobilurinas e carboxamida – atualmente conseguem no máximo um controle sobre 60% da lavoura. “O produtor tem que esquecer o que foi feito no passado e adotar o novo protocolo que vem sendo recomendado para melhorar essa cobertura”, defende Reis.
Segundo ele, além de mudar a formulação dos fungicidas, o produtor também deve ficar atento ao volume a ser aplicado. “O indicado é que sejam pulverizados entre 2 e 2,5 litros por hectare das formulações combinadas”, diz Reis.
Outra questão que merece cuidado é o tratamento preventivo da lavoura. “Geralmente o produtor faz o monitoramento e quando não acha indícios da doença não aplica o fungicida. Isso está errado”, diz o professor, que calcula que cada aplicação dos fungicidas combinados tem o custo de R$ 431 por hectare. “Para pagar essa conta é preciso obter mais de 80% de controle da lavoura. Portanto, quanto mais cedo forem feitas as aplicações, mais efetivo será o controle da doença”, explica Reis.
Apesar de ainda não ser uma tecnologia consolidada no Brasil, o uso combinando fungicidas de sítio único e multissítios vem dobrando nas últimas três safras. E neste cenário a UPL foi pioneira. O produto Unizeb Gold, da empresa, foi o multissítio que inaugurou a tecnologia de combinação para a soja no Brasil. Ele foi também o primeiro produto do grupo dos multissítios a ser registrado no país.
Na sequência, a empresa trouxe para o país o Unizeb Glory, cuja fórmula já contém o fungicida de sítio único e o multissítio. “São produtos registrados, bem posicionados tecnicamente e validados pela comunidade científica. Com isso o agricultor brasileiro dispõe da informação e da tecnologia: as melhores armas para o combate à doença”, resume Figueira.
Fonte: Canal RUral