Projeto pode ajudar a salvar produção brasileira em caso de vírus de influenza aviária, mas investimento é considerado caro pelas empresas
O sistema de compartimentação começou a ser desenvolvido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em parceria com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em 2006. Diferente dos programas de regionalização, que são formados por barreiras geográficas, esse projeto busca estruturar a produção em compartimentos, isolando todos os elos da cadeia produtiva dentro de uma mesma sistemática.
Para regulamentar o programa, o ministério da Agricultura desenvolveu no ano passado uma instrução normativa que fiscaliza o processo de certificação. Mendes acredita que o novo modelo vai trazer mais segurança sanitária para o setor. “É um plus na biosseguridade. Na eventualidade de termos um surto de influenza aviária no Brasil ou até mesmo em um estado, aquele compartimento continua exportando”, explica.
Até agora, três empresas já participam do projeto, entre elas as unidades de frango de corte da Seara, de Itapiranga (SC), e a genética de ovos da Hy-Line Brasil, de Nova Granada (SP).
A gerente de operações de avós Hy-Line Brasil., Juliana Pereira, diz que o investimento para implantação desse projeto foi bem caro. “Em cinco anos, investimos US$ 10 milhões. O benefício é que é uma blindagem sanitária no caso vírus de influenza chegar ao Brasil”, diz.
A primeira etapa do projeto vai certificar as empresas de genética primária do setor de aves e deve ser finalizada ainda neste semestre. No segundo momento, o foco serão as granjas de ovos de material de multiplicação, o que deve ser concluído até o fim de 2018. A última etapa é apresentar o projeto para outros países compradores do produto brasileiro.
Para o secretário-executivo do ministério da Agricultura, Eumar Novacki, o projeto vai ajudar a trabalhar a imagem do setor no exterior. “Somos o primeiro país a adotar esse procedimento, portanto, muito em breve seremos referência para o mundo. Queremos com isso chamar atenção para forma como produzimos no Brasil. Produzimos produtos de muita qualidade e com total segurança sanitária, e é isso que os mercados precisam entender e ter tranquilidade para vir conhecer, para que possam atestar o nosso sistema”, destaca.
Fonte: Canal RUral