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Competitividade da carne bovina em relação ao frango é a pior em 3 anos
Notícia
Publicado em 15/03/2018

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agrícola e previsão do tempo para começar o dia bem informado

O mercado físico do boi gordo voltou a apresentar preços estáveis e acomodados nesta quarta-feira, dia 14. O impasse entre pecuaristas e frigoríficos persiste, sem sinais de alteração desse panorama no curto prazo. 

O escoamento da carne ainda flui com grande lentidão, desmotivando os frigoríficos a reajustar os preços de balcão. Em contrapartida os pecuaristas em geral ainda optam pela retenção, avaliando que as chuvas em bom nível mantêm as pastagens em boas condições.

Mercado atacadista

No atacado, os preços seguem acomodados e o cenário para esta semana pouco mudou. Os frigoríficos ainda se deparam com a lenta reposição entre atacado e varejo e buscam manter os estoques enxutos, evitando quadros de excedente de oferta.

São comuns os relatos de frigoríficos estudando a redução dos níveis de abate ou testando referências menores no mercado, visto que a oferta é sazonalmente crescente.

De acordo com a análise de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a carne com osso voltou a ser vendida abaixo do preço paga pelo boi gordo. O fato não ocorria há mais de um ano e ilustra a situação delicada das indústrias.

É possível observar também a falta de competitividade da carne bovina para com suas concorrentes. O nível de competitividade de carne bovina, por exemplo, em relação ao frango neste primeiro trimestre foi o pior dos últimos 3 anos. Frente ao suíno a diferença é grande, embora ainda não seja recorde, diz a XP Investimentos.

Dólar e Ibovespa

Em mais um dia marcado pela volatilidade e tendo como âncora o mercado externo, o dólar comercial fechou a quarta em leve queda ante o real de 0,06%, cotado a R$ 3,261 para venda. 

O pano de fundo veio de fora, em meio a cautela dos investidores com as políticas protecionistas do presidente Donald Trump, agora com pressão dos Estados Unidos sob produtos chineses, o que gera rumores de nova barreira comercial.

Além disso, os dados de vendas no varejo norte-americano abaixo do esperado e o índice de preços ao produtor dentro do esperado contribuíram para uma percepção de que o aperto monetário será mais fraco nos Estados Unidos, avaliou o operador de câmbio da Correparti, Guilherme França. 

O petróleo, por sua vez, também colaborou para a queda da moeda estrangeria ante o real, já que, após também operar volátil ao longo do dia, encerrou com os preços em alta em meio a divulgação dos dados de estoque nos Estados Unidos. "O petróleo teve um aumento acima do esperado [5 milhões de barris na semana]. E a produção lá também cresceu", disse o economista da Guide Investimentos, Rafael Passos. 

O fluxo cambial também ajudou para a volatilidade do câmbio no mercado interno, segundo o estrategista-chefe da Levante, Rafael Bevilacqua. O saldo entre a entrada e a saída de dólares no país ficou negativo em US$ 3,728 bilhões em março até dia 9, resultado de superávit comercial de US$ 2,031 bilhões e de fluxo financeiro negativo em US$ 5,759 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC).

O Ibovespa encerrou em queda de 0,39%, aos 86.050 pontos. O volume negociado foi de R$ 9,420 bilhões

Soja

Bolsa de Chicago 

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quarta-feira com preços mais baixos. O mercado abriu em alta, mas não se sustentou, fechando com forte baixa e perto das mínimas do dia. 

As preocupações em torno das tensões comerciais entre Estados Unidos e China pressionaram o mercado. O temor maior é que, em resposta ao protecionismo indicado pelo governo Trump, a China retalie com uma sobretaxa às importações de soja dos Estados Unidos. 

De acordo com a corretora de commodities e empresa de consultoria Allendale, os agricultores dos Estados Unidos deverão semear um recorde de 92,104 milhões de acres de soja em 2018. As projeções indicam uma área de soja maior do que a estimada pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), de 90 milhões de acres, e também superam os 90,142 milhões de acres de 2017. 

Argentina

Os produtores Argentinos já começaram a acelerar o processo de colheita da soja no país. Alguns resultados preliminares trazem produtividades um pouco acima do esperado, surpreendendo até os mais otimistas. No entanto, as máquinas colhedoras ainda estão com um tráfego agrícola mais acentuado para o norte argentino. Segundo a consultoria AgResource, ainda não há dados o suficiente para desenhar uma tendência de produtividade baseado nos relatos do campo.

Brasil

Os preços da soja recuaram nas principais praças do Brasil nesta quarta-feira, acompanhando a queda de mais de 1% dos contratos futuros em Chicago. No início do dia, quando Chicago operava em alta, alguns negócios foram fechados, envolvendo 20 mil toneladas na Bahia e outras 20 mil no Rio Grande do Sul. Depois que Chicago virou, o mercado travou.

Milho

Bolsa de Chicago

O milho em Chicago também fechou a quarta-feira em baixa. O dia foi bem volátil, já que o mercado iniciou em baixa, esboçou reação, mas encerrou com perdas moderadas. 

O suporte dado pela quebra da safra argentina foi suplantado pelas preocupações em torno das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O temor maior é que, em resposta ao protecionismo indicado pelo governo Trump, a China retalie com uma sobretaxa aos produtos de exportação dos Estados Unidos.

Brasil

O mercado brasileiro de milho registrou preços pouco alterados nesta quarta-feira. Mas, segue o cenário de cotações bem sustentadas, com mercado firme com as ofertas controladas pelos vendedores.

De acordo com a Brandalizze Consulting, tem indústria de ração buscando posição de importação de milho ou recompra de navio que esta sendo embarcado para conseguir o produto.

Previsão do tempo

Sul

Nesta quinta-feira os temporais se espalham em todo o Sul do Brasil. Os maiores volumes acumulados são esperados para a área mais próxima da fronteira. Não se descartam transtornos como alagamentos e transbordamentos. Na faixa leste, o que inclui as três capitais, a chuva vem com menor intensidade, mas os ventos podem ser intensos. A sensação de calor até diminui um pouco com a chuva, porém a sensação de abafamento persiste.

Sudeste

A quinta-feira será marcada por mais um dia de forte calor no Sudeste. Algumas cidades podem registrar os maiores valores de temperatura máxima do ano e isso acontece por conta do fortalecimento dos ventos de norte. Estes ventos trazem ar mais quente do interior do país e ajudam na subida da temperatura. Ao mesmo tempo, uma frente fria chega na costa, vinda do sul, e traz umidade. 

Além de instabilidades, há risco de fortes temporais, inclusive com potencial para granizo, em São Paulo, oeste do Rio de Janeiro e sul e oeste de Minas Gerais. 

Centro-Oeste

No Centro-Oeste, a quinta-feira será marcada pela atuação de instabilidades tropicais, associadas à Alta da Bolívia e também ao calor da tarde. A chuva ocorre de forma intensa em toda a região, mas os maiores acumulados ocorrem em Mato Grosso do Sul, com trovoadas e rajadas de vento. Apenas no Planalto Central e no leste goiano é que a chuva ocorre de maneira mais localizada e com menor acumulado.

Nordeste

O Vórtice Ciclônico de Altos Níveis atua próximo ao litoral leste da região Nordestina traz chuva continua no litoral. No entanto, nas áreas do sertão, o tempo firme predomina. 

Nas demais áreas a chuva segue espalhada entre períodos de melhoria desde o sul da Bahia até o Maranhão, com acumulados mais expressivos neste último estado.

Norte

A quinta-feira é marcada por chuva forte e volumosa entre o sul e o leste do Amazonas e também no oeste do Pará. Nas demais áreas, as condições de tempo praticamente não mudam em relação aos dias anteriores. Em Roraima, a chuva ainda não retorna e o tempo firme predomina.

Fonte: Canal Rural

 

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