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Compradores pagam até R$ 2 acima da referência pela saca de milho em Campinas (SP)
Notícia
Publicado em 09/03/2018

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agrícola e previsão do tempo para começar o dia bem informado

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fechou a quinta-feira, dia 6, com preços em alta para o milho. Os contratos com entrega em maio, por exemplo, tiveram acréscimo de 6,25 centavos de dólar, atingindo US$ 3,93 por bushel. A alta foi impulsionada pelo relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicou reservas americanas bem abaixo do que os analistas esperavam.

Os estoques finais de passagem dos EUA para 2017/2018 foram estimados em 2,127 bilhões de bushels, ante os 2,352 bilhões do relatório passado, enquanto o mercado trabalhava com estoques de 2,299 bilhões de bushels.

As exportações foram indicadas em 2,225 bilhões de bushels, acima dos 2,050 bilhões de bushels previstos em fevereiro. O uso de milho para a produção de etanol foi elevado de 5,525 bilhões de bushels para 5,575 bilhões de bushels.

A safra global foi estimada em 1.041,74 milhão de toneladas, ante 1.041,73 milhão de toneladas apontados em fevereiro. Os estoques finais da safra mundial 2017/2018 foram projetados em 199,17 milhões de toneladas, abaixo das 203,09 milhões de toneladas apontadas no mês passado, mas acima das 198,9 milhões de toneladas previstas pelo mercado.

A estimativa de safra brasileira foi reduzida de 95 milhões de toneladas para 94,5 milhões de toneladas, enquanto o mercado estimava um corte para 91,8 milhões de toneladas. A produção da Argentina deve atingir 36 milhões de toneladas, abaixo das 39 milhões de toneladas apontadas no mês passado e das 36,3 milhões de toneladas esperadas pelo mercado.

O mercado também recebeu suporte de novo corte na estimativa de safra da Argentina. A produção de milho do país em 2017/2018 deve ficar em 34 milhões de toneladas, conforme indicação do boletim semanal da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. O número é 3 milhões de toneladas inferior ao projetado anteriormente. Se comparada à previsão do início da temporada, o corte já chega a 5 milhões de toneladas. A colheita do milho naquele país chega a 6,5%.

Mercado interno

O mercado brasileiro de milho se deparou com inexpressivo fluxo de negócios no decorrer do dia, tanto para o disponível quanto para a safrinha. O foco estava direcionado ao relatório de Oferta e Demanda divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em grande parte do país não há alterações de dinâmica, com cerealistas e cooperativas focados na colheita e no escoamento da soja.

Em Campinas (SP), o mercado do milho segue tenso. Nos últimos dias, boa parte dos compradores paulistas saíram do mercado e acirraram a disputa de preços. De acordo com os mesmos, não faz sentido pagar mais diante de uma oferta iminente. Os negócios relatados para região são raros, visto que produtores também disponibilizam pouco.

As chuvas intensas no Brasil Central e Sudeste impedem os avanços da colheita em praticamente todo o país, que permanece atrasada. Intermediários e silos fazem consultas incessantemente para realizar novos negócios, mas também acabam desistindo para não trabalhar descasados.

A consultoria XP Investimentos ressalta que a dificuldade pare realizar negócios é grande e que, apesar de muitos compradores estarem fora e relutantes em pagar mais, quando voltam ao mercado são forçados a pagar entre R$ 1 e R$ 2 por saca acima das referências atuais.

Soja

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira com preços predominantemente mais baixos absorvendo as informações divulgadas pelo governo americano.

Logo após a divulgação dos dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado atingiu suas mínimas, refletindo a surpreendente elevação na estimativa para os estoques americanos. Mas os ganhos foram reduzidos, reflexo das boas exportações semanais americanas e de cortes nas estimativas para a safra da Argentina, tanto pelo USDA (47 milhões de toneladas) como pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires (42 milhões de toneladas).

Os estoques finais em 2017/2018 estão projetados em 15,1 milhões de toneladas. O mercado trabalhava com um número de 14,4 milhões de toneladas. Em fevereiro, a estimativa era de 14,4 milhões de toneladas. 

O relatório projetou a safra mundial de soja de 2017/2018 em 340,86 milhões de toneladas. No relatório anterior, o número era de 346,92 milhões. Os estoques finais foram reduzidos de 98,14 milhões de toneladas para 94,4 milhões. 

Para o Brasil, a previsão do USDA é de uma produção de 113 milhões de toneladas, contra 112 milhões de toneladas em fevereiro. 

Mercado interno

O mercado interno permaneceu pouco agitado nas diversas praças de negócios do país. Após a divulgação dos números do USDA, o mercado atingiu suas mínimas e os preços internos voltaram a cair. Sem ver atratividade nos preços atuais, o produtor segue cauteloso e focando na colheita da oleaginosa. Não foram registrados negócios relevantes ao longo do dia.

Dólar e Ibovespa

O dólar intensificou a pressão altista na segunda parte das negociações desta quinta-feira e fechou com avanço de 0,64%, a R$ 3,265 para venda. Os investidores tiveram um alívio após declarações de membros do governo norte-americano de que o presidente Donald Trump aliviará as medidas protecionistas dos Estados Unidos, reduzindo a tensão de guerra comercial.

"O mercado estava tranquilo depois do tom mais brando vindo da Casa Branca em relação a super taxação de aço e alumínio", avaliou o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. 

No Brasil, a cautela dos investidores também contribuiu para a valorização da moeda norte-americana com o movimento de mudanças de posições e proteção cambial. Além das preocupações com as medidas protecionistas de Trump, nesta sexta tem a divulgação do relatório de emprego nos Estados Unidos, o payroll, referente ao mês passado. E o foco não é o número de vagas criadas no mês, que deve vir em linha com o resultado de janeiro, 200 mil novos empregos. 

"O mercado estará atento ao valor da hora trabalhada, que foi o principal item no relatório do mês passado, vindo acima do que o mercado previa. Sem dúvida, será um fator determinante para o Comitê de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês) do banco central norte-americano definir o futuro da taxa de juros por lá", ressalta Rosa. 

O Ibovespa encerrou em baixa de 0,58%, aos 84.984 pontos. O volume negociado foi de R$ 11,087 bilhões.

Boi

O mercado do boi gordo começou a “se soltar” nesta quinta-feira resultado da ligeira melhora no escoamento da carne. A demanda fraca era o que travava os negócios e impedia o mercado de registrar alta na cotação da arroba.

A oferta de gado está controlada desde o começo do ano. Pastagem boa e chuvas regulares é tudo o que o pecuarista precisa para endurecer as negociações com a indústria, o que ajuda o mercado a se manter ou subir, quando a carne permite, é claro. Em São Paulo, por exemplo, existem negócios por até R$ 1 por arroba acima da referência. 

Em todo o país não há muita especulação. A diferença entre o preço maior e o menor ofertado, em quase todas as praças pecuárias, dificilmente ultrapassa R$ 3 por arroba.

Os compradores cujas ofertas de compra são menores, são aqueles que alongaram as escalas de abate pagando mais nos últimos dias e agora, que a necessidade de comprar diminuiu, reduziram o preço. 

No mercado de carne bovina com osso, a cotação subiu 2,0% para o boi casado de animais castrados. A cotação dos cortes desossados, depois de semanas de queda, subiu, e os preços ficaram 0,4% maiores no acumulado dos últimos sete dias

Previsão do tempo

Sul

Com a atuação de uma área de alta pressão atmosférica, a massa de ar seco segue espalhada por boa parte da região Sul. Chove apenas no extremo norte catarinense e parte do Paraná, mas ainda com baixos acumulados. Em Santa Catarina, mesmo com a chuva em forma de pancadas isoladas, não se descarta o risco para temporais, inclusive com chance de granizo.

Sudeste

Um sistema frontal encontra-se estacionado na costa do Sudeste e esse sistema, juntamente com uma área de baixa pressão atmosférica no triângulo mineiro e áreas de instabilidade no alto da atmosfera, mantém nuvens bastante carregadas sobre a região Sudeste ao longo do dia. A chuva ocorre de forma mais intensa no Vale do Paraíba, leste de Minas Gerais e também no Espírito Santo, onde o risco para temporais é maior e há risco para queda de granizo.

Centro-Oeste

Com a atuação da Alta da Bolívia, as instabilidades seguem atuando sobre o centro do país nesta sexta-feira. Os maiores acumulados se concentram no nordeste de Mato Grosso e grande parte de Goiás, incluindo o Distrito Federal, onde há potencial para tempestades com queda de granizo. Nas demais áreas, a chuva ocorre em forma de pancadas mais isoladas.

Nordeste

Com a formação de um sistema conhecido como Vórtice Ciclônico de Altos Níveis sobre o Nordeste, o tempo fica firme nas áreas que vão desde o Alagoas até a Paraíba. Por outro lado, uma área de instabilidade no alto da atmosfera se forma na costa da Bahia e uma circulação dos ventos se forma no norte do Maranhão, mantendo as nuvens carregadas na maior parte do Nordeste. As pancadas de chuva ocorrem de forma isolada na maior parte da região, com acumulados mais expressivos apenas no sul da Bahia.

Norte

No Norte do país, as instabilidades tropicais mantém o tempo instável e as nuvens carregadas sobre praticamente toda a região. As pancadas ocorrem de forma rápida e isolada. Apenas no sul do Pará e do Tocantins é que os temporais ocorrem e há potencial para eventuais transtornos. Em Roraima, o tempo firme segue predominando.

Fonte: Canal Rural

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