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Argentina já sente impactos na economia com pior quebra de safra desde 2009
Notícia
Publicado em 05/03/2018

Uma seca sem precedentes atinge a Argentina e compromete de forma bastante severa sua produção agrícola desta temporada. Sem previsões indicando mudanças significativas no cenário adverso, os efeitos dessas condições já vão além dos problemas causados no campo já sinalizam efeitos também na economia argentina. 

Esta que é tida como a pior estiagem em 30 anos, pode levar os produtores a colherem a pior safra desde 2009, segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg. E essa não é uma boa notícia para um governo que vem enfrentando situações difíceis para equilibrar a inflação e o quadro fiscal. 

"Isso irá, provavelmente, criar um impacto bastante sério na economia, nas exportações e na arrecadação tributária. A produção agrícola é o principal item da pauta de exportações da Argentina e o país precisa desses dólares para pagar seus impostos e cobrir os deéficts de serviço", disse à Bloomberg a economista chefe da Bolsa de Rosario, Emilce Terre.   

Somente os embarques de soja e milho respondem por cerca 36% das exportações da Argentina. 

Dessa forma, as consultorias locais já começam a fazer um corte em suas projeções de crescimento da economia da Argentina em função da seca neste ano de 2018. A estimativa para o PIB do país já foi revisada para 2,5%, contra 2,9% do mês anterior. 

Até este momento, ainda segundo especialistas, essa é uma cena pior do que a observada em 2009, uma vez que nessa mesma época, há 9 anos, já havia chovido mais em algumas regiões importantes de produção, como os Pampas, por exemplo. Ainda assim, a colheita de soja havia sido inicialmente projetada em 46,2 milhões de toneladas, mas foi concluída em apenas 39,9 milhões. Essa quebra levou a economia argentina á uma recessão. 

Para esta temporada, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires já indicou, nesta quinta-feira (1), uma safra de 44 milhões de toneladas. O número é 3 milhões de toneladas menor do que sua estimativa anterior, 10 milhões de toneladas a menos do que o estimado no início da safra e 13,5 milhões de toneladas a menos do que no ano passado. 

E novos cortes podem ser feitos diante do atual panorama climático. Para algumas consultorias internacionais, como explicou Steve Cachia, diretor da Cerealpar e consultor do Kordin Grain Terminal, de Malta, com a continuidade dessas condições, a safra da Argentina pode ficar em menos de 40 milhões de toneladas. 

Para a economista da Lucia Pezzarini, da consultoria LCG SA, a projeção é de que as perdas na produção possam causar um prejuízo financeiro de cerca de US$ 2 bilhões.

Fonte: Noticias agricolas 

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