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Soja: área plantada no Brasil deve ser recorde
Notícia
Publicado em 04/01/2018

Segundo o Rabobank, a produção brasileira no ciclo 2017/2018 deve ser a segunda maior da história

Apesar do atraso na semeadura da soja na safra 2017/18, principalmente em decorrência da instabilidade de chuvas durante o mês de outubro, a consultoria Rabobank estima que a área da oleaginosa vai registrar um recorde no Brasil, chegando em 34,5 milhões de hectares no atual ciclo.

Por outro lado, a perspectiva é que a produtividade brasileira retorne à linha de tendência nessa temporada, para 3,1 toneladas por hectare, sendo 9% inferior a observada na safra 2016/17, quando houve condições climáticas extremamente favoráveis ao desenvolvimento das lavouras.

Dessa forma, a produção brasileira de soja no ciclo 2017/18 deve alcançar 107 milhões de toneladas, 6% inferior à da safra 2016/17, mas, ainda assim, a segunda maior da história. Essa produção esperada no Brasil somada à produção americana recorde - estimada em 120 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (EUA)  devem levar à manutenção dos estoques globais.

Consumo
Em um cenário de elevada oferta e estoques em níveis relativamente confortáveis, a tendência seria de pressão sobre os preços. Porém, a demanda global aquecida tem contrabalanceado e sustentado as cotações internacionais da soja ainda próximas dos US$ 10 por bushel.

Segundo estimativas do USDA, o consumo mundial de soja deve alcançar 345 milhões de toneladas no ciclo 2017/2018, volume 5% maior que o observado na safra anterior.

Parte significativa desse aumento da demanda mundial por soja se justifica pelo aumento esperado do consumo chinês. A expectativa do Rabobank é que sejam esmagadas 94 milhões de toneladas de soja na China, sendo que as importações chinesas da oleaginosa somariam 96 milhões de toneladas na safra 2017/2018, representando incrementos de 7% e 3%, respectivamente, no comparativo com o ciclo anterior.

Vale ressaltar que o esmagamento de soja na China segue em ritmo forte em função, principalmente, das boas margens da indústria esmagadora local.

Preços
A expectativa da consultoria é de que os preços da soja em Chicago se mantenham em patamares entre US$ 9,80 e US$ 10,05 por bushel em 2018. Nesse cenário de preços para 2018, a perspectiva é que, apesar da tendência de redução nos custos de produção, as margens dos produtores devem ser pressionadas.

Em Mato Grosso, por exemplo, a margem operacional na safra 2017/2018 deve ficar em R$ 15,70 por saca, valor 15% inferior ao observado no ciclo 2016/2017 (R$ 18,30 por saca).

Demanda interna
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), 33% da produção da safra 2017/2018 foi comercializada até novembro de 2017 no estado, o que significa uma queda de 12 pontos percentuais em relação à média dos últimos 5 anos para esse período.

O sinal de alerta acende para as tradings que, no primeiro semestre de 2017, tiveram margens pressionadas pela retração vendedora e grande volume comprometido com exportações.

A demanda interna do Brasil por soja em grão deve receber um impulso em função da alteração na mistura mandatória de biodiesel no diesel que, a partir de março deste ano, subirá de 8% para 10%. O Rabobank estima que essa mudança deve resultar em consumo adicional de 850 mil toneladas de óleo de soja no mercado interno, dos quais 450 mil toneladas poderiam ser provenientes de redução no volume exportado.

Assim, a perspectiva é que haja demanda doméstica adicional para esmagamento de cerca de 2 milhões de toneladas a 2,5 milhões de toneladas de soja, totalizando um volume total esmagado de 44,5 a 45 milhões de toneladas em 2018.

Em função do incremento no consumo doméstico de óleo de soja e redução da capacidade ociosa da indústria, a perspectiva é de leve recuperação nas margens de esmagamento em 2018, após a pressão observada em 2017.

No que diz respeito à safra 2018/2019 no Brasil, embora assuma que ainda seja relativamente cedo para conclusões assertivas, o Rabobank, com base no modelo de tendência, estima que a área de soja alcance  35,6 milhões de hectares e que a produção deva atingir 111 milhões de toneladas.

Pontos de Atenção
O maior volume esmagado para produção de óleo também deve levar ao incremento da oferta de farelo de soja no mercado interno, pressionando as cotações do produto no Brasil.

 

Embora ainda não consolidado oficialmente, as probabilidades de ocorrência do evento climático La Niña vem aumentando. Assim, vale acompanhar o desenvolvimento das lavouras da Argentina, do Sul do Brasil e dos EUA em meados de 2018.

Fonte: Canal Rural

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