Para janeiro, 65% dos colaboradores consultados pelo Cepea acreditam em estabilidade nas cotações
O preço médio do leite entregue em novembro e pago em dezembro ao produtor rural teve uma leve recuperação, considerando a “média Brasil”, que inclui os estados de Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor do produto chegou a R$ 1,0006 o litro, sem incluir frete e impostos.
Na comparação com o mês anterior, houve uma alta de 0,03% e 18% em relação ao mesmo período de 2016. Ao considerar a média de 2017, o preço líquido pago ao produtor foi de R$ 1,1721 por litro, queda de 8% frente à de 2016 (valores deflacionados pelo IPCA de novembro de 2017).
Mercado
Ainda que a média nacional tenha se mantido estável, a situação do mercado foi distinta em cada estado, em função do delicado equilíbrio entre oferta e demanda. Devido ao período de festas de fim de ano e férias escolares, as negociações não se aqueceram.
Por outro lado, em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea, a captação recuou ou se manteve estável, aproximando os estoques da normalidade e possibilitando elevação nos preços ao produtor, como, por exemplo, nos estados do Sul.
Já em outras localidades, o aumento da produção continuou pressionando as cotações. Contudo, os baixos preços no campo, além de impedirem maiores quedas em algumas praças, possibilitaram até mesmo altas em outras como estratégia para manter os produtores e garantir a compra do leite.
Segundo o Cepea, muitos produtores já deixaram a atividade, enquanto outros têm aumentado o abate de vacas e/ou investido menos em sua produção.
Captação
O maior volume de chuvas no Sudeste e Centro-Oeste em novembro elevaram a captação em Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Goiás. No entanto, os baixos preços praticados no Sul do país levaram à diminuição de 3,7% na captação do Rio Grande do Sul e à estabilidade em Santa Catarina (0,3%) e Paraná (0,9%) – o que “segurou” a alta do índice de captação de leite (ICAP-L) do Cepea na “média Brasil”.
Assim, de outubro para novembro, o ICAP-L aumentou 1,3%. Mesmo com o crescimento controlado da captação neste final de ano, vale destacar que, de janeiro a novembro, o ICAP-L registrou alta acumulada de 7,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Expectativa
Para janeiro, 65% dos colaboradores consultados pelo Cepea (que representam 79% do volume amostrado) acreditam em estabilidade nas cotações. Outros 26% (que respondem por 14,5% da amostra) apostam em queda e 9% (que correspondem por 7% do volume), em alta.
A relação entre oferta e demanda continua descompassada, cenário que dificulta prever o comportamento do mercado nos próximos meses. Ainda assim, vale acompanhar o mercado diário do leite UHT, o lácteo mais consumido no país.
Segundo a entidade, os preços diários do UHT têm oscilado na negociação entre indústria e atacado do estado de São Paulo, mas, especificamente de 4 a 27 de dezembro, houve queda acumulada de 7,4%, o que indica a instabilidade do mercado
Fonte: Canal Rural