Autoridades do estado querem o status de livre de aftosa sem vacinação para negociar com grandes países consumidores
De olho em importantes mercados compradores de proteína animal, autoridades do Rio Grande do Sul estão com pressa para retirar a vacina contra febre aftosa, porque a necessidade de imunização restringe a venda para grandes países consumidores. O presidente da Fundo de Desenvolvimento e Defesa do Saneamento Animal (Fundesa), Rogério Kerber, diz que o estado tem uma produção de carne diferenciada, decorrente de raças europeias e que poderia encontrar nichos de mercados que valorizassem isso.
“Também entendo que o Rio Grande do Sul poderia ser um centro, um celeiro fornecedor de material genético para o mundo todo através de sêmem, e mesmo de animais de raça que poderiam chegar a mercados que hoje não se tem condição em razão de sermos área livre com vacinação”, conta.
Na suinocultura, as negociações também estão restritas por causa da imunização. Kerber explica que é uma espécie suscetível a febre aftosa e não tem acesso a mercados importantes como o japonês, chileno, sul-coreano, filipino, norte-americano. “Com a referência de ser estado livre de febre aftosa, o mundo passa a entender que aqui temos condição de oferecer garantias a esses mercados diferenciados”, defende.
O setor produtivo defende cautela na retirada da vacinação. A principal preocupação é com a conservação da genética dos animais. “Se houver um problema, não é só a genética que vai se perder com o abate, mas toda a economia é influenciada por isso. Teremos que trabalhar baseados nos estudos técnicos e com muita cautela”, explica o vice-presidente da Federação do Clubes de Integração e Troca de Experiências (Federacite), Luis Carlos Fettermann.
Fonte: Canal Rural