Só a região do cerrado tem cerca de 50 milhões de hectares de pastos a serem recuperados
O engenheiro agrônomo do Grupo Matsuda Marcelo Ronaldo Villa alerta que a degradação de pastagens pode ter diversas causas, sendo que o manejo inadequado é o que mais contribui negativamente para que se acelere a degradação de pastagens.
“Quando falamos em manejo, englobamos; a fertilidade do solo, as plantas precisam de nutrientes para produzirem (adubação/calagem); o manejo com os animais sobre a pastagem conforme a espécie/cultivar que esteja utilizando, as pastagens necessita de folhas para crescer, respeitar a entrada e saída dos no piquete é de extrema importância, também devemos entender a capacidade de suporte da pastagem para ajustar taxa de lotação; as pragas que podem competir com as gramíneas por luz, água e nutrientes; insetos e doenças, que danificam a pastagem influenciando negativamente nas plantas na absorção de água e nutrientes reduzindo a área foliar diminuindo a intercepção de luz e consequentemente, diminuindo o crescimento e a oferta de forragem aos animais”, explica Villa.
O Brasil possui, hoje, um índice elevado de pastos degradados, especialmente na região do Cerrado. E recuperar esses mais de 50 milhões de hectares de pastos degradados no Cerrado ampliaria produtividade, além dos existentes em outras regiões, daria lucro e geraria empregos.
O técnico ressalta também que, com o início da estação das chuvas, a partir de setembro, “os produtores terão condições de preparar o solo e realizar a semeadura. Mas são diversas as ações que devem ser consideradas para a renovação de uma pastagem ou para sua recuperação, o que depende fundamentalmente de um projeto técnico”.
Uma pastagem recuperada produz mais quilos de matéria seca por hectare, com maior velocidade de retorno dos animais aos piquetes, em caso de sistema rotacionado. A forragem apresenta melhor qualidade, principalmente o teor de proteína bruta, e como a produção animal está diretamente ligada ao volume, qualidade, consegue-se obter maior taxa de lotação por hectare, aumentando a produtividade na mesma área.
Com esses ganhos não há necessidade de avançar a pecuária em novas áreas e tampouco abrir novas fronteiras, contribuindo decisivamente para se manter a sustentabilidade da produção pecuária.
Fonte: Canal Rural