O assunto divide opiniões, pois de um lado há o custo para os pecuaristas e do outro a sanidade dos animais
O Governo Federal estima que deve levar dez anos para retirar, aos poucos, a vacina da febre aftosa. Até o momento, apenas o estado de Santa Catarina alcançou o status de "livre da febre aftosa sem vacinação".
O tema é complexo porque de um lado há o custo mais alto para os pecuaristas e do outro a sanidade dos animais. Desta forma, o assunto não poderia passar em branco na 40ª Expointer. Nesta quarta, dia 30, autoridades do Ministério da Agricultura e do Governo do Rio Grande do Sul realizaram uma ampla discussão.
A coordenadora do Programa Nacional de Febre Aftosa, Eliana Lara, explica que é uma excelente oportunidade para reestruturar, fortalecer e modernizar o serviço veterinário oficial.
"Com isso uma das consequências é a mudança do status sanitário de uma condição de livre, de uma doença erradicada com a utilização de vacina, para outro status sanitário, que é o país inteiro livre de febre aftosa sem vacinação", diz Eliana.
Porém, uma década a mais de custos não é tão bem vista por alguns pecuaristas do Rio Grande do Sul, levando em conta que o último foco registrado no estado foi há 16 anos. Fernando Groff, coordenador do Programa de Febre Aftosa da Secretaria de Agricultura do RS, acredita que mesmo não sendo obsoleta, a ferramenta de redução de foco não está fazendo o mesmo efeito.
"Isso tem um custo para os animais, para os proprietários e para o Estado. Talvez, até desvie recursos da vigilância, que seria a ferramenta adequada", conta Groff.
Auditor Fiscal Federal Agropecuário, Bernardo Todeschini diz que a condição sanitária de febre aftosa - ou qualquer enfermidade - é um limitante no empreendedorismo do setor.
"A grande questão é: nós temos que proporcionar para esse empresário a condição de trabalho que ele necessita. Ele não pode se preocupar com isso! Ele tem que ter a sua ideia, buscar o recurso e instalar o negócio, porque seu negócio instalado traz benefícios para toda sociedade", afirma Todeschini.
Fonte: Canal Rural