O mês de setembro encerra com um cenário de novas quedas para o mercado de açúcar nas bolsas internacionais, reflexo de uma percepção de menor demanda que exerce pressão sobre os processos estratégicos das usinas brasileiras, que precisam fixar preços para as próximas safras. Em Nova Iorque, contratos importantes para as fixações futuras das operadores nacionais registraram declínio. O março/26 fechou a 16.36 cents de dólar por libra-peso, com uma queda de 0.55%. O maio/26 também recuou, caindo 0.63% para 15.89 cents/libra-peso. Na bolsa de Londres, que negocia o açúcar branco e recebe influência das safras da Índia e Tailândia, o contrato de dezembro/25 teve uma leve desvalorização de 0.39%, cotado a US$460.50 por tonelada.

No Brasil, os preços médios da saca de 50 kg do açúcar cristal voltaram a cair no estado de São Paulo no final da semana passada. Segundo pesquisadores do Cepea, a oferta por parte das usinas para o açúcar cristal Icumsa 150, de melhor qualidade, segue restrita. Contudo, a demanda enfraquecida impede reações nos preços. Apesar do recuo nos preços domésticos e da alta no valor externo do demerara, pesquisadores do Cepea ressaltam que o mercado spot paulista de açúcar cristal ainda se mostra mais remunerador que o internacional.

Cálculos do Cepea indicam que, no período de 22 a 26 de setembro, a média semanal do Indicador de Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 118,85/sc, enquanto a das cotações do contrato nº 11 da ICE Futures (vencimento outubro/25) foi de R$ 108,86/sc. Isso significa que o mercado spot paulista remunerou 9,17% a mais que as vendas externas, considerando uma base de cálculo específica para fobização, prêmio de qualidade e taxa de câmbio.

Já os valores do etanol hidratado mantiveram-se praticamente estáveis, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,7416/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins) entre 22 e 26 de setembro, registrando uma ligeira desvalorização de 0,2% em comparação com o período anterior.