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Colheita de algodão no Oeste da Bahia ultrapassa 50% e setor debate futuro da cotonicultura
Publicado em 22/08/2025 07:47
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https://abapa.com.br/noticias/sucesso-de-publico-dia-do-algodao-da-abapa-congregou-a-cadeia-da-fibra

A colheita de algodão no Oeste da Bahia já passou da metade e alcança mais de 50% dos 407 mil hectares plantados nesta safra, área que cresceu quase 20% em relação ao ciclo anterior. Apesar da produtividade média abaixo do esperado 1.783 kg por hectare, cerca de 11% menor que em 2024, a produção total deve superar a do ano passado, chegando a 736 mil toneladas de pluma. O aumento da área cultivada foi decisivo para compensar os efeitos da seca registrada na região.

Irrigação garante segurança ao produtor

Diante da irregularidade climática, os agricultores do Oeste da Bahia têm ampliado os investimentos em irrigação, consolidando a região como o maior polo irrigado do Brasil. O Grupo Franciosi, por exemplo, já implantou sistema em praticamente toda a área destinada ao algodão. Na última safra, 40 mil hectares foram cultivados com irrigação.

Dia do Algodão 2025 celebra 25 anos da Abapa

Em meio à colheita, o setor celebrou o Dia do Algodão 2025, realizado na Fazenda Santana, do Grupo Franciosi, em Riachão das Neves. O evento, promovido pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), reuniu cerca de 1.700 participantes entre produtores, pesquisadores, estudantes e autoridades, marcando ainda os 25 anos da entidade.

As estações temáticas abordaram inovação, sustentabilidade, gestão e mercado, com destaque para debates sobre agricultura regenerativa, rastreabilidade na exportação e agregação de valor ao produto.

Segundo o consultor em fertilidade Rodrigo Buffon, a agricultura regenerativa começa com um diagnóstico do solo:
“É preciso entender como ele chegou à degradação e quais fatores influenciaram. O foco está no equilíbrio químico, físico e biológico, sempre adaptado ao bioma, regime de chuvas e estrutura de cada produtor”, explicou.

Desafios e futuro da cotonicultura

Em conversa entre a atual presidente da Abapa, Alessandra Zanotto, e ex-presidentes da entidade, os desafios do setor foram colocados em pauta. Alessandra destacou a importância de investir em pesquisa e desenvolvimento para evitar surpresas com pragas ou doenças e reforçou a exigência crescente do mercado internacional por qualidade.

“O algodão, diferente da soja, é uma commodity rastreável. No fardo está o DNA do produtor, o local de produção e a usina de beneficiamento. Isso nos dá uma vantagem enorme, porque conseguimos identificar falhas, corrigir e atender à demanda dos nossos principais compradores, que estão na Ásia”, ressaltou.

A presença de autoridades estaduais, como o governador Jerônimo Rodrigues, reforçou o papel do Oeste baiano como referência nacional na produção de algodão.

 

Para Alessandra Zanotto, o Dia do Algodão 2025 simboliza a força de uma cadeia conectada que aposta na ciência e na cooperação para continuar avançando:
“Depende de nós, produtores, fazer o que precisa ser feito com qualidade. Assim, garantimos não apenas produtividade, mas também a confiança dos consumidores.”

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